O DESTRO E O SINISTRO
A discussão entre a bipolaridade política, de certa forma já anacrônica e embolorada, não poderia desprezar os fatos históricos. As experiências pessoais e sua transmissão às gerações seguintes são uma forma muito antiga de nortear comportamentos do homem social. O método empírico é, ainda hoje, aceito e amplamente utilizado nas ciências sociais como científico, portanto não devemos descartar o que nos ensina essa sábia conselheira – a História.
O regime socialista da antiga URSS, que derrubou e matou o último czar e vigorou até o final do século XX mostrou-se, após sua derrocada, uma catástrofe política e social: fome e corrupção campearam na Rússia e demais países da Cortina de Ferro, guerras sangrentas pela libertação de seus povos oprimidos surgiram nas antigas colônias, as quais conseguiram a independência as expensas das vidas de milhões de seus filhos. Hoje a Rússia e as ex-colônias, ainda ressentidas por quase um século de socialismo selvagem, dão mostras de uma tímida recuperação através da democracia e do capitalismo.
A seguir tivemos o nazi-fascismo de Hitler, que se auto proclamava “de esquerda” e ascendeu ao poder de forma democrática, para logo a seguir perseguir e matar seus oponentes, e a conseqüente divisão da Alemanha no pós-guerra com a construção do sinistro Muro (aliás a expressão SINISTRO, que dá título ao artigo, quer dizer “esquerdo”) resultando um país civilizado e progressista, o ocidental e um atrasado e bárbaro, o oriental ou “de esquerda”.
Mais um exemplo que a sábia História nos ensina: Coréia do Sul – capitalista, a 8ª economia do mundo, “de direita” e Coréia do Norte – comunista, atrasada e miserável, que surpreendeu o mundo com um “interessante” programa social de dieta alimentar com sopa de grama para o povo faminto, “de esquerda”.
Os adeptos do maniqueísmo político tudo farão na tentativa de defender este ou aquele regime, os “de direita” defendendo suas convicções ultra-nacionalistas e acusando seus opositores de ultrapassados e os “de esquerda” , resumindo a nova versão da Revolução Francesa, acusando seus opostos de elitistas e capitalistas selvagens, contudo nada poderão fazer em contestação a velha e sábia História.
A persistir tal enfrentamento, sem a ultrapassagem deste portal, estaremos em descompasso com o futuro e, ao mesmo tempo, condenados ao atraso.
15 Comments:
Olá, Alexandre.
Bem vindo de volta à luta. Espero que esteja muito revigorado e descansado.
Você fez falta nesses dias em que, não houve novidades, ou seja, a insanidade continuou imperando.
Beijos
P.S. Depois volto para ler o post e comentar
Oi Ale, tudo bem?
Como foram as férias?
Saímos um pouco do Noblat, pra encurtar se der visite :
http://groups.msn.com/Ex-amigosdoblogdoNoblat/
Welcome back!
Bjs,
- Soube?
- Do quê?
- Alexandre, eu também sou a favor de ultrapassar o portal.
- É!
- O nosso período de regime militar foi tão traumático que mesmo hoje ainda se discute a favor ou contra.
- É!
- Desde que temos eleição direta para presidente, os ocupantes dos cargos tiveram alguma relação com esse período diretamente, de um lado ou outro.
- É!
- Está na hora de rompermos com esse ciclo.
- É!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Alexandre,
esse post é muito complicado para os meus dois neurônios.
E letra mínima azul em fundo preto fica mais difícil ainda.
Vou consultar um oculista e volto.
Um abraço, e obrigado por sua visita.
Jôka P.
Alexandre, concordo com o Jôka. A letrinha é muito pequena.
Mas, em relação ao post, creio que essa divisão maniqueísta não passa de uma forma de uto-privilégio. Cad grupo querendo buscar a brasa para sua sardinha, sem se preocupar com os resultados e ainda arrasando com aqueles que ousam pensar diferente. Você tem razão, precisamos ultrapassar esse portal e sair desse maniqueísmo anacrônico e inútil.
Beijos
Reconhecendo minha falha na formatação do texto, reformulo a postagem, excusando-me com os amigos visitantes, razão de ser do nosso blog.
Alexandre
O Araial da Ajuda deixou voce mais afiado ainda.
Vou postar na Moita uma coisa parecida com o que voce postou aqui.
Esse assunto não pode dormir.
Oi Alexandre!
Bom poder lê-lo de novo! :)
Ótimo este seu post. Concordo totalmente.
Apenas acrescentaria que na nossa realidade, tanto os políticos de direita quanto os de esquerda já provaram que gostam de legislar em causa própria, não importa a legenda, todos querem é meter a mão!
Temos opção?! Atualmente é escolher o menos ruim...infelizmente.
Abraço
Ritoca
Ritoca, infelizmente vc tem razão. Mas uma coisa podemos fazer: de plano não elegermos NENHUM dos atuais, e NEM aqueles que já exerceram mandato um dia.
Sem querer ser grosseiro, mas apenas realista: "vamos votar nas putas, pois nos filhos delas já vimos que não dá certo!"
O recado tem que ser dado, de alguma forma, concorda?
A regra nos blogs é, achou um bom, procure que há mais. Não deu outra, havia achado a Saramar e agora você. Prazer, quero ser dessa turma. E sorte.
Alexandre, voltei só para comentar que a crise de falta de vergonha realmente está reduzindo nosso, digamos, savoir faire. Percebi que você está muito mais ferino, assim com o Moderado e aé eu, que sempre fui muito pacífica.
Acho que isso e bom. A indignação leva à ação (eu creio).
Beijo
Na natureza as polaridades (positivo e negativo) existem e imperam. Um é o equilíbrio do outro. O lado "esquerdo" do cérebro é o responsável pela "inteligência" do ser humano e, sem o lado direito, de nada adianta o esquerdo. O ser humano devia aprender a viver em harmonia consigo e com o próximo. Usar os ideais políticos apenas como forma de unificação das nações, para um melhor convívio. O amor devia ser o carro chefe da vida. O ser humano mata em nome do amor - amor à bandeira, amor à patria, amor aos ideais, amor passional - mas, na verdade, matamos por puro egoísmo. Por acreditar q. nossas convicções são respostas para todo o mau do século. Não existe mais respeito à individualidade alheia, ou mesmo, respeito à vida alheia.
Alexandre, achei seu texto ótimo! Obrigada pela visita, vc será sempre bem-vindo... um beijo!
Alexandre,
Os conceitos de direita e esquerda tiveram sua origem na revolução francesa, com os jacobinos e os girondinos (pelo lugar em que se sentavam). Hoje, dada a evolução histórica, já estão ultrapassados. Na verdade, essa visão maniqueísta de mundo já vem desde os nossas orígens, quando buscamos soluções mágicas, simplistas, libertadoras de angústia.
Quando vivemos situações-limite de desesperança, ódio extremo, ou falta de perspectiva quanto ao futuro, a divisão bem/mal ganha uma incrível força.
Hoje, no Brasil, nem situação maniqueísta vivemos. Afinal, todos os partidos gravitam à esquerda (centro, radical, moderada, etc). Ninguém tem coragem de assumir-se à direita e/ou liberal. Pois eu tenho!!! (risos).
Grande abraço!
Alexandre,
O recado tem que ser dado, sem dúvida. Vc tem toda razão!
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