01 novembro 2007

A ESQUERDA E A DIREITA, O ALTO E O BAIXO, O GORDO E O MAGRO...



Existem as mais variadas opiniões sobre uma tendência que tem se verificado na América latina denominada de “esquerdização”. Sob essa alcunha são reunidos, num mesmo invólucro, regimes totalmente díspares como o chileno, o boliviano, o brasileiro e ainda o venezuelano, porém alguns de seus líderes vestem o manto esquerdista como se encarnassem o mito bolivariano, tão propalado por Chavez.

Ocorre que nada têm em comum, exceto algumas tendências populistas no caso do Brasil e da Venezuela, onde Lula e Chavez se afinam na geração de uma população de “dependentes sociais” de seus governos com a implantação de políticas públicas como o “Bolsa-Família” e o “Mercado do Povo”.

Estranhamente buscam um ideal que tem como ícone Guevara, cujo sonho se realizou em Cuba, país que se caracteriza por um regime autoritário; ditatorial , e portanto totalmente canhestro aos ideais de nossa sociedade que depois de 25 anos de uma ditadura militar não fez sua opção por outra, só pelo fato de ser, digamos assim, “de esquerda”.
O “paraíso” cubano não admite opositores ao “regime”, aqueles que ousam tal empreitada são fuzilados, como o são aqueles descontentes ou insatisfeitos que porventura tentem deixar o país-ilha (ou ilha-prisão).

Por outro lado o caso boliviano em nada se assemelha com o chileno, por exemplo.

Evo Morales, um líder de origem indígena como a maioria da população, mistura um comunismo primitivo com velhas teses da esquerda autoritária de Chavez e Fidel. Um mito latino-americano, o líder popular, “raiz da terra”, como se os problemas da Bolívia pudessem ser resolvidos por essa retórica esquerdista.

O “Estado” para Morales deve ser o “grande provedor” de bens e serviços para o povo.

Uma forma de governo anacrônica e obsoleta derivada da teoria do utilitarismo de J. Bentham, um “mais-Estado”, com a conseqüente precarização do trabalho assalariado como forma de inclusão social.


Já com Michelle Bachelet, no Chile, observa-se uma tendência para um liberalismo econômico, mais adequado a teoria de Locke ou “neoliberal”, como seria denominado pejorativamente pelos radicais de esquerda.

Acontece que o Chile, há alguns anos, vem crescendo a taxas de 6% enquanto os demais países ditos “de esquerda”, mas populistas, patinam nas falas enganosas e eleitoreiras de seus governantes e vêm nesta última década enganando seu povo e obtendo taxas de crescimento anual pífias, quando não negativas.

O regime chileno seria uma liberal-democracia, de cunho socialista pelos matizes sociais que expõe, mas essencialmente um liberalismo de mercado, que permite a livre iniciativa e o crescimento da produção. Bastante parecido portanto com o modelo francês, apenas para citar um exemplo europeu que deu certo. No Brasil, para fazermos uma comparação, assemelhar-se-ia a uma aliança entre o PSDB e o DEM.

Na Venezuela, por exemplo, nem pensar em livre iniciativa, lucro e crescimento da produção, pois aqueles empresários que assim agirem tornam-se, por lei, “inimigos do povo” tendo seus bens e empresas confiscados pelo governo.



Morales ainda não teve tempo de agir assim, mas já demonstra sua “visão de governo” quando encampa empresas estrangeiras que exploram riquezas minerais em solo boliviano.



Assim sendo não devemos legar à vala-comum o chamado “processo de esquerdização” da América latina, pois nuanças e divergências existem entre cada país e cada governante. Aliás, como já declarei anteriormente, não me apego a estas expressões dicotômicas para adjetivar governos, tão somente pelo “ranço” que elas contém.



Mas, forçoso dizê-lo, tudo neste mundo tem, pelo menos, dois lados: a direita e a esquerda; o alto e o baixo; o dia e a noite; o gordo e o magro; a mentira e a verdade...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Caro Alexandre: A ESQUERDA E A DIREITA, O ALTO E O BAIXO, O GORDO E O MAGRO... SÃO TODOS 'FARINHA-DO-MESMO-SACO'! Espero que a diferença esteja mesmo entre a 'mentira e a verdade'. :) Bjs!

12:00 PM  

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