NÃO PERCA A PRÓXIMA ATRAÇÃO!
Cronologia dos episódios (apenas aqueles que consigo recordar como mais relevantes)
JUNHO - O escândalo do mensalão estourou em 7 de junho, com denúncias de Roberto Jefferson. De lá para cá, após várias investigações e políticos depondo em CPIs (dos Correios e do Mensalão), foi descoberto um esquema complexo de caixa dois, envolvendo não só os petistas, mas pefelistas, tucanos e PMDB. Dirceu renuncia à Casa Civil em 16 de junho. No dia seguinte, Jefferson sai da presidência do PTB. Mais tarde, alguns deputados confirmam a história da mesada em troca de apoio político.
JULHO - descobrem o primeiro documento que liga Marcos Valério ao PT, em que ele é avalista de um empréstimo de 2,4 milhões. Delúbio Soares e José Genoíno (então presidente do PT) assinaram o documento. Silvinho e Delúbio saem do PT. Mais tarde, descobre-se um empréstimo de 20 milhões do Banco do Brasil ao PT, sem avalistas ou garantias. É quebrado o sigilo bancário de Jefferson, Delúbio, Genoíno e Dirceu. No dia 8, o assessor do irmão de Genoíno é encontrado com R$ 200 mil numa mala e R$ 100 mil na cueca. No dia 15, Valério diz que os empréstimos eram feitos para montar o caixa 2 do PT. Descobrem que João Paulo Cunha, então presidente da Câmara, havia sido beneficiário de saque de 50 mil na conta de Valério. No dia 20 é instalada a CPI do Mensalão. Desaparecem documentos referentes aos saques feitos por João Paulo.
AGOSTO - No dia 2 o Presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, confessa que sua campanha à reeleição do Governo de Minas manteve um caixa 2, tendo recebido dinheiro do esquema de Valério. Jefferson acusa emissários do PT e PTB de ir à Portugal Telecom pedir dinheiro para quitar diívidas dos dois partidos. Descobre-se que dinheiro das contas de Valério foi usado pra pagar advogados de desfesa no caso Celso Daniel. No dia 9, Valério diz que fez, a partir de 2003, seis empréstimos no Banco Rural e no BMG, no valor de R$ 55 milhões, e os repassou a Delúbio. No dia 11, Duda Mendonça depõe espontaneamente e acusa Marcos Valério de ter pedido para que ele abrisse uma conta num paraíso fiscal para receber o pagamento pelo seus serviços prestados ao PT nas campanhas de 2002 e 2004. O pagamento teria sido feito com dinheiro de Caixa Dois, o que comprometeria até mesmo a campanha do presidente Lula. O advogado Rogério Buratti é preso em Ribeirão Preto acusado de lavagem de dinheiro. Ele trabalhou como secretário municipal de Ribeirão Preto, na gestão do então prefeito Antonio Palocci, atual ministro da Fazenda. Depois ele revelou esquema de recebimento de dinheiro "por fora" de prefeituras do interior de Minas e São Paulo, envolvendo Palocci, que foi prefeito (1993-1996) de Ribeirão Preto e acusando-o de receber 50 mil reais de empresas de coleta de lixo. Palocci nega tudo.
SETEMBRO - No dia 1º as CPIs dos Correios e do Mensalão aprovam relatório que sugere a cassação de dezoito parlamentares envolvidos no escândalo. São eles Carlos Rodrigues (PL-RJ), João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Correia (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Romeu Queiroz (PTB-MG), Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP) (que já havia renunciado um mês antes), Vadão Gomes (PP-SP), Wanderval Santos (PL-SP). No dia 4, surgem denúncias de um esquema de extorsão ("Mensalinho") praticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, contra o dono de um restaurante do Congresso. O Deputado Carlos Rodrigues (da lista de cassações) decide renunciar. Em 14 de setembro, é aprovada a cassação do mandato de Roberto Jefferson (PTB-RJ), com 313 votos a favor, 156 contra, 13 abstenções, 5 brancos e 2 nulos. Cristóvam Buarque vai para o PDT. Aldo Rebelo, do PCdoB, é eleito presidente da Câmara.
OUTUBRO - Em 11/10, Berzoini é eleito presidente do PT. Os deputados José Borba e Paulo Rocha (da lista de cassações) renunciam a seus mandatos. No dia 19 o tesoureiro Claudio Roberto Mourão da Silveira diz que Marcos Valério emprestou dinheiro para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998. Em 22/10, Delúbio é expulso do PT. Em 25/10, Azeredo renuncia à presidência do PSDB. Alguns deputados se dizem vítimas de escutas telefônicas e investigações da Abin. Lula "inicia" sua campanha eleitoral percorrendo o país.
NOVEMBRO - No dia 3, Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz que cerca de 10 milhões de reais foram desviados do Banco do Brasil através da Visanet para as contas de Marcos Valério, que repassou a quantia para o PT. O ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL) declara que usou caixa dois em 11 campanhas eleitorais e recebeu R$ 410 mil de Valério. Em 17/11, a CPI do Mensalão termina.
DEZEMBRO - No dia 1º, José Dirceu é cassado com 293 votos a favor e 192 contra. A Polícia Federal mostra laudos de perícia que atestam a falsidade de 80 mil notas fiscais na contabilidade das agências de publicidade DNA Propaganda e SMPB, de Marcos Valério. Em 9/12, o Conselho de Ética aprova por 12 votos a 2, o pedido de cassação do mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). A Câmara rejeita a cassação por 162 votos a 252. Em 14 de dezembro, Roberto Jefferson entra com um recurso na Justiça para reaver o mandato. No dia 21, a CPI dos Correios divulga relatório que aponta para a existência do mensalão. Seriam quatro padrões de funcionamento do esquema: pagamentos semanais para o PL, dinheiro para trocas de partido, compra de votos de parlamentares e pagamentos para o PP. No dia 27, a CPI analisa uma lista de 400 funcionários da Câmara que podem estar ligados ao mensalão.
JANEIRO - Veja diz que Duda Mendonça tinha outras duas contas no paraíso fiscal no Caribe, totalizando mais de R$ 6 milhões. No dia 20, o ex-bispo da Igreja Universal Wanderval Santos (PL-SP), acusado de receber R$ 150 mil do mensalão, é indicado para cassação.
MARÇO: A Câmara absolve, por 283 votos contra 156, o deputado Roberto Brant (PFL-MG). Houve 18 abstenções e um voto foi anulado. (...) Acusado de receber R$ 102,8 mil das arcas clandestinas de Marcos Valério, Brant não negou o fato. Alegou, contudo, que a agência SMP&B, de Valério, foi mera intermediária de uma doação feita pela empresa privada Usiminas. 'Não há um centavo de dinheiro público', disse.
(...) Com a decisão, além de legitimar o caixa dois de um réu confesso, a Câmara abre grave precedente. Qualquer mensaleiro que venha a ser cassado doravante, poderá alegar que foi vítima de uma injustiça. Daqui a pouco, irá a voto o processo de cassação do deputado professor Luizinho (PT-SP). Ele recebeu bem menos do que Brant: R$ 20 mil. (...)"
(...) O deputado Professor Luizinho (PT-SP) livrou-se da cassação do mandato por 253 votos contra 183.
(...) Ex-líder do PT, Luizinho beliscou R$ 20 mil nas arcas espúrias do empresário Marcos Valério, a quem Delúbio Soares terceirizara a tesouraria do PT.
(...) Com as decisões tomadas, já são quatro os deputados poupados em plenário. Além de Brant e Luizinho, a Câmara já havia absolvido Romeu Queiroz. Um quarto parlamentar, Sandro Mabel (PL-GO), fora retirado da fila de cassação antes mesmo de chegar ao plenário, ainda no Conselho de Ética da Câmara. Considerando-se que outros quatro deputados -Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (PL-RJ), Paulo Rocha (PT-PA) e José Borba (PMDB-PR) - renunciaram aos mandatos para fugir do patíbulo, contam-se em oito os mensaleiros que preservaram o direito de concorrer às próximas eleições. Entre todos, só Roberto Brant disse que abandonará voluntariamente a política.(...)"
O Presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-AL) viu as últimas absolvições do escândalo do mensalão -Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) - a partir de uma ótica curiosa.O deputado afirmou: "O resultado corresponde a uma tradição da Casa. Nunca houve nem haverá cassações ou absolvições em massa".
(...) Entre os mensaleiros que ainda aguardam na fila do patíbulo, respira-se uma atmosfera de otimismo. Wanderval 'R$ 150 mil' dos Santos (PL-SP), por exemplo, arriscou: "Tenho certeza de que o plenário vai fazer justiça como está fazendo. Meu caso é muito parecido com o do Professor Luizinho". Em meio à revolta dos deputados que integram o Conselho de Ética da Câmara, cujo trabalho o plenário tem lançado ao lixo, um Luizinho com o pescoço intacto já queima os miolos bolando uma estratégia para socorrer o amigo João Paulo "R$ 50 mil" Cunha. Ele evita, porém, revelar detalhes do seu plano.
A CPI dos Bingos convoca o caseiro Francenildo Santos Costa para depor sobre os eventos realizados na “casa de negócios” do Lago Sul. Ele afirma ter visto o “chefe” Palocci umas 10 ou 20 vezes naquele endereço, mas logo a seguir é retirado da sessão pela chegada de uma liminar do STF em Mandado de Segurança interposto pelo Senador Tião Viana do PT/AC.
24 horas após ter comparecido a CPI dos Bingos, a Revista Época publica uma matéria em que aparece o caseiro Francenildo como beneficiário de depósitos “sem origem comprovada” em sua conta bancária na CEF. O caseiro é intimado pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos e diz que recebeu estes depósitos de seu pai biológico – um empresário do Piauí. Em Teresina, o gerente da CEF “convoca” o cliente para explicar os depósitos e este os confirma, constrangido pela exposição pública dos motivos.
A CPI dos Bingos reitera o pedido de convocação do caseiro Francenildo junto ao STF, mas o Ministro Eros Grau impede.
O Deputado João Magno – PT tem aprovado o relatório que indicava sua cassação por 8 votos a 6, no plenário foi absolvido e a Deputada Angela Guadagnin (PT/SP) comemora o fato dançando. O insólito episódio ficou rotulado como “a dança da pizza”.
A CEF estipula o prazo de 15 dias para apurar a responsabilidade pela quebra de sigilo da conta bancária de Francenildo, a oposição parte para o ataque e exige a imediata renúncia do Ministro da Fazenda.
Decorrido o prazo estipulado, a Polícia Federal anuncia já haver detectado a autoria da quebra de sigilo do caseiro. O presidente da Caixa Econômica – Jorge Mattoso confessa haver recebido os extratos e levado em mãos ao Ministro Antônio Palocci na casa deste.
O Ministro da Fazenda – Antônio Palocci pede seu afastamento do cargo, em carta entregue a Lula. O Diário Oficial da União publica sua demissão à pedido. Jorge Mattoso é destituído da Presidência da CEF.
No mesmo dia – Francenildo Santos Costa é convocado a depor na Corregedoria do Senado, porém sob a égide da medida liminar do STF não poderia falar sobre assuntos inerentes à CPI. Surpreendentemente nesta sessão o Senador Eduardo Suplicy (PT/SP) revela mais um “imbróglio”: ao questionar o caseiro sobre uma retirada feita em espécie de sua conta bancária que teria sido do conhecimento de um amigo deste e que, por ser jardineiro de uma casa ao lado e pertencente a um Senador do PT, teria contado a ele – que por coincidência é casado com uma jornalista das Organizações Globo, e o tal Senador teria levado o fato ao conhecimento do Ministro Palocci. Fatos estes ocorridos – à exceção do saque de Francenildo – no dia que Francenildo teria ido depor na CPI dos Bingos. O fato se torna relevante pois adiciona a PREMEDITAÇÃO ao crime cometido contra o caseiro.
A seguir o Dep Osmar Serraglio apresenta o Relatório Final da CPI dos Correios, onde cita o Presidente Lula, pede os indiciamentos de José Dirceu, Luiz Gurshiken, Delúbio Soares, Marcos Valério, Sen Eduardo Azeredo, mas poupa os 18 parlamentares do “mensalão”, o que provoca reações indignadas até mesmo do Presidente da CPMI – Senador Delcídio Amaral. Diante disso o relator Serraglio reconhece o "erro" e admite alterar o Relatório propondo os indiciamentos.
A afirmação que emerge de toda esta seqüência de episódios altamente reprováveis e criminosos é sintomática: “jamais se viu tantos criminosos a cometerem tantos crimes, de forma orquestrada e continuada, quer isoladamente ou em bando ou quadrilha, na história deste país nos últimos 500 anos”.
A pergunta que exsurge das inúmeras patranhas, marandubas, fraudes, carapetas, lérias e aldravices destes ladravazes é: “qual a próxima atração?”
JUNHO - O escândalo do mensalão estourou em 7 de junho, com denúncias de Roberto Jefferson. De lá para cá, após várias investigações e políticos depondo em CPIs (dos Correios e do Mensalão), foi descoberto um esquema complexo de caixa dois, envolvendo não só os petistas, mas pefelistas, tucanos e PMDB. Dirceu renuncia à Casa Civil em 16 de junho. No dia seguinte, Jefferson sai da presidência do PTB. Mais tarde, alguns deputados confirmam a história da mesada em troca de apoio político.
JULHO - descobrem o primeiro documento que liga Marcos Valério ao PT, em que ele é avalista de um empréstimo de 2,4 milhões. Delúbio Soares e José Genoíno (então presidente do PT) assinaram o documento. Silvinho e Delúbio saem do PT. Mais tarde, descobre-se um empréstimo de 20 milhões do Banco do Brasil ao PT, sem avalistas ou garantias. É quebrado o sigilo bancário de Jefferson, Delúbio, Genoíno e Dirceu. No dia 8, o assessor do irmão de Genoíno é encontrado com R$ 200 mil numa mala e R$ 100 mil na cueca. No dia 15, Valério diz que os empréstimos eram feitos para montar o caixa 2 do PT. Descobrem que João Paulo Cunha, então presidente da Câmara, havia sido beneficiário de saque de 50 mil na conta de Valério. No dia 20 é instalada a CPI do Mensalão. Desaparecem documentos referentes aos saques feitos por João Paulo.
AGOSTO - No dia 2 o Presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, confessa que sua campanha à reeleição do Governo de Minas manteve um caixa 2, tendo recebido dinheiro do esquema de Valério. Jefferson acusa emissários do PT e PTB de ir à Portugal Telecom pedir dinheiro para quitar diívidas dos dois partidos. Descobre-se que dinheiro das contas de Valério foi usado pra pagar advogados de desfesa no caso Celso Daniel. No dia 9, Valério diz que fez, a partir de 2003, seis empréstimos no Banco Rural e no BMG, no valor de R$ 55 milhões, e os repassou a Delúbio. No dia 11, Duda Mendonça depõe espontaneamente e acusa Marcos Valério de ter pedido para que ele abrisse uma conta num paraíso fiscal para receber o pagamento pelo seus serviços prestados ao PT nas campanhas de 2002 e 2004. O pagamento teria sido feito com dinheiro de Caixa Dois, o que comprometeria até mesmo a campanha do presidente Lula. O advogado Rogério Buratti é preso em Ribeirão Preto acusado de lavagem de dinheiro. Ele trabalhou como secretário municipal de Ribeirão Preto, na gestão do então prefeito Antonio Palocci, atual ministro da Fazenda. Depois ele revelou esquema de recebimento de dinheiro "por fora" de prefeituras do interior de Minas e São Paulo, envolvendo Palocci, que foi prefeito (1993-1996) de Ribeirão Preto e acusando-o de receber 50 mil reais de empresas de coleta de lixo. Palocci nega tudo.
SETEMBRO - No dia 1º as CPIs dos Correios e do Mensalão aprovam relatório que sugere a cassação de dezoito parlamentares envolvidos no escândalo. São eles Carlos Rodrigues (PL-RJ), João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Correia (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Romeu Queiroz (PTB-MG), Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP) (que já havia renunciado um mês antes), Vadão Gomes (PP-SP), Wanderval Santos (PL-SP). No dia 4, surgem denúncias de um esquema de extorsão ("Mensalinho") praticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, contra o dono de um restaurante do Congresso. O Deputado Carlos Rodrigues (da lista de cassações) decide renunciar. Em 14 de setembro, é aprovada a cassação do mandato de Roberto Jefferson (PTB-RJ), com 313 votos a favor, 156 contra, 13 abstenções, 5 brancos e 2 nulos. Cristóvam Buarque vai para o PDT. Aldo Rebelo, do PCdoB, é eleito presidente da Câmara.
OUTUBRO - Em 11/10, Berzoini é eleito presidente do PT. Os deputados José Borba e Paulo Rocha (da lista de cassações) renunciam a seus mandatos. No dia 19 o tesoureiro Claudio Roberto Mourão da Silveira diz que Marcos Valério emprestou dinheiro para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998. Em 22/10, Delúbio é expulso do PT. Em 25/10, Azeredo renuncia à presidência do PSDB. Alguns deputados se dizem vítimas de escutas telefônicas e investigações da Abin. Lula "inicia" sua campanha eleitoral percorrendo o país.
NOVEMBRO - No dia 3, Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz que cerca de 10 milhões de reais foram desviados do Banco do Brasil através da Visanet para as contas de Marcos Valério, que repassou a quantia para o PT. O ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL) declara que usou caixa dois em 11 campanhas eleitorais e recebeu R$ 410 mil de Valério. Em 17/11, a CPI do Mensalão termina.
DEZEMBRO - No dia 1º, José Dirceu é cassado com 293 votos a favor e 192 contra. A Polícia Federal mostra laudos de perícia que atestam a falsidade de 80 mil notas fiscais na contabilidade das agências de publicidade DNA Propaganda e SMPB, de Marcos Valério. Em 9/12, o Conselho de Ética aprova por 12 votos a 2, o pedido de cassação do mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). A Câmara rejeita a cassação por 162 votos a 252. Em 14 de dezembro, Roberto Jefferson entra com um recurso na Justiça para reaver o mandato. No dia 21, a CPI dos Correios divulga relatório que aponta para a existência do mensalão. Seriam quatro padrões de funcionamento do esquema: pagamentos semanais para o PL, dinheiro para trocas de partido, compra de votos de parlamentares e pagamentos para o PP. No dia 27, a CPI analisa uma lista de 400 funcionários da Câmara que podem estar ligados ao mensalão.
JANEIRO - Veja diz que Duda Mendonça tinha outras duas contas no paraíso fiscal no Caribe, totalizando mais de R$ 6 milhões. No dia 20, o ex-bispo da Igreja Universal Wanderval Santos (PL-SP), acusado de receber R$ 150 mil do mensalão, é indicado para cassação.
MARÇO: A Câmara absolve, por 283 votos contra 156, o deputado Roberto Brant (PFL-MG). Houve 18 abstenções e um voto foi anulado. (...) Acusado de receber R$ 102,8 mil das arcas clandestinas de Marcos Valério, Brant não negou o fato. Alegou, contudo, que a agência SMP&B, de Valério, foi mera intermediária de uma doação feita pela empresa privada Usiminas. 'Não há um centavo de dinheiro público', disse.
(...) Com a decisão, além de legitimar o caixa dois de um réu confesso, a Câmara abre grave precedente. Qualquer mensaleiro que venha a ser cassado doravante, poderá alegar que foi vítima de uma injustiça. Daqui a pouco, irá a voto o processo de cassação do deputado professor Luizinho (PT-SP). Ele recebeu bem menos do que Brant: R$ 20 mil. (...)"
(...) O deputado Professor Luizinho (PT-SP) livrou-se da cassação do mandato por 253 votos contra 183.
(...) Ex-líder do PT, Luizinho beliscou R$ 20 mil nas arcas espúrias do empresário Marcos Valério, a quem Delúbio Soares terceirizara a tesouraria do PT.
(...) Com as decisões tomadas, já são quatro os deputados poupados em plenário. Além de Brant e Luizinho, a Câmara já havia absolvido Romeu Queiroz. Um quarto parlamentar, Sandro Mabel (PL-GO), fora retirado da fila de cassação antes mesmo de chegar ao plenário, ainda no Conselho de Ética da Câmara. Considerando-se que outros quatro deputados -Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (PL-RJ), Paulo Rocha (PT-PA) e José Borba (PMDB-PR) - renunciaram aos mandatos para fugir do patíbulo, contam-se em oito os mensaleiros que preservaram o direito de concorrer às próximas eleições. Entre todos, só Roberto Brant disse que abandonará voluntariamente a política.(...)"
O Presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-AL) viu as últimas absolvições do escândalo do mensalão -Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) - a partir de uma ótica curiosa.O deputado afirmou: "O resultado corresponde a uma tradição da Casa. Nunca houve nem haverá cassações ou absolvições em massa".
(...) Entre os mensaleiros que ainda aguardam na fila do patíbulo, respira-se uma atmosfera de otimismo. Wanderval 'R$ 150 mil' dos Santos (PL-SP), por exemplo, arriscou: "Tenho certeza de que o plenário vai fazer justiça como está fazendo. Meu caso é muito parecido com o do Professor Luizinho". Em meio à revolta dos deputados que integram o Conselho de Ética da Câmara, cujo trabalho o plenário tem lançado ao lixo, um Luizinho com o pescoço intacto já queima os miolos bolando uma estratégia para socorrer o amigo João Paulo "R$ 50 mil" Cunha. Ele evita, porém, revelar detalhes do seu plano.
A CPI dos Bingos convoca o caseiro Francenildo Santos Costa para depor sobre os eventos realizados na “casa de negócios” do Lago Sul. Ele afirma ter visto o “chefe” Palocci umas 10 ou 20 vezes naquele endereço, mas logo a seguir é retirado da sessão pela chegada de uma liminar do STF em Mandado de Segurança interposto pelo Senador Tião Viana do PT/AC.
24 horas após ter comparecido a CPI dos Bingos, a Revista Época publica uma matéria em que aparece o caseiro Francenildo como beneficiário de depósitos “sem origem comprovada” em sua conta bancária na CEF. O caseiro é intimado pela Polícia Federal a prestar esclarecimentos e diz que recebeu estes depósitos de seu pai biológico – um empresário do Piauí. Em Teresina, o gerente da CEF “convoca” o cliente para explicar os depósitos e este os confirma, constrangido pela exposição pública dos motivos.
A CPI dos Bingos reitera o pedido de convocação do caseiro Francenildo junto ao STF, mas o Ministro Eros Grau impede.
O Deputado João Magno – PT tem aprovado o relatório que indicava sua cassação por 8 votos a 6, no plenário foi absolvido e a Deputada Angela Guadagnin (PT/SP) comemora o fato dançando. O insólito episódio ficou rotulado como “a dança da pizza”.
A CEF estipula o prazo de 15 dias para apurar a responsabilidade pela quebra de sigilo da conta bancária de Francenildo, a oposição parte para o ataque e exige a imediata renúncia do Ministro da Fazenda.
Decorrido o prazo estipulado, a Polícia Federal anuncia já haver detectado a autoria da quebra de sigilo do caseiro. O presidente da Caixa Econômica – Jorge Mattoso confessa haver recebido os extratos e levado em mãos ao Ministro Antônio Palocci na casa deste.
O Ministro da Fazenda – Antônio Palocci pede seu afastamento do cargo, em carta entregue a Lula. O Diário Oficial da União publica sua demissão à pedido. Jorge Mattoso é destituído da Presidência da CEF.
No mesmo dia – Francenildo Santos Costa é convocado a depor na Corregedoria do Senado, porém sob a égide da medida liminar do STF não poderia falar sobre assuntos inerentes à CPI. Surpreendentemente nesta sessão o Senador Eduardo Suplicy (PT/SP) revela mais um “imbróglio”: ao questionar o caseiro sobre uma retirada feita em espécie de sua conta bancária que teria sido do conhecimento de um amigo deste e que, por ser jardineiro de uma casa ao lado e pertencente a um Senador do PT, teria contado a ele – que por coincidência é casado com uma jornalista das Organizações Globo, e o tal Senador teria levado o fato ao conhecimento do Ministro Palocci. Fatos estes ocorridos – à exceção do saque de Francenildo – no dia que Francenildo teria ido depor na CPI dos Bingos. O fato se torna relevante pois adiciona a PREMEDITAÇÃO ao crime cometido contra o caseiro.
A seguir o Dep Osmar Serraglio apresenta o Relatório Final da CPI dos Correios, onde cita o Presidente Lula, pede os indiciamentos de José Dirceu, Luiz Gurshiken, Delúbio Soares, Marcos Valério, Sen Eduardo Azeredo, mas poupa os 18 parlamentares do “mensalão”, o que provoca reações indignadas até mesmo do Presidente da CPMI – Senador Delcídio Amaral. Diante disso o relator Serraglio reconhece o "erro" e admite alterar o Relatório propondo os indiciamentos.
A afirmação que emerge de toda esta seqüência de episódios altamente reprováveis e criminosos é sintomática: “jamais se viu tantos criminosos a cometerem tantos crimes, de forma orquestrada e continuada, quer isoladamente ou em bando ou quadrilha, na história deste país nos últimos 500 anos”.
A pergunta que exsurge das inúmeras patranhas, marandubas, fraudes, carapetas, lérias e aldravices destes ladravazes é: “qual a próxima atração?”
9 Comments:
Olá alexandre!
Gostei do seu post!
E do seu blog! muito informativo!
Toda a história contada como de fato ela foi...
É isso aí!
Agora qual é a próxima cachorrada, ou desculpe! atração?
Vai ser o sensacionalismo barato e show de mentiras da oposição com Alchmim, FHC, Serra, Aécio e companhia...
Espere só pra ver...
Eleição é isso aí...
Um abraço.
Bem, se as "oposições" forem espertas a próxima atração será Okamoto san. Do jeito que a "turma" do pt faz lambança sem se preocupar em cobrir suas pegadas, deve ter um monte de fatos disponíveis mesmo sem a necessidade de quebra do seu sigilo bancário.
Alexandre
Não me canso de dizer que os integrantes do PT já podem ser emquadrados em todos os artigos do código penal e do codigo eleitoral brasileiros
abraços
Aposto no "Doador Universal".
Bjs
É POR ESSAS E OUTRAS QUE:
HELP ALEXANDRE!!!: ajude e participe, divulgue o VOTO SEGURO.ORG.
Eu assinei o manifesto e estou divulgando pq
SE A URNA NÃO IMPRIMIR, SEU VOTO PODE SUMIR!!.
Postei agora, ajude e participe :-) Bjs
Alexandre, boa noite
concordo com o Marcello. O Okamoto sera o próximo, apesar de tentar fugir de todo jeito. Você viu que vergonha, esse episódio de hoje?
Exelente o post, como sempre. Você é o nosso professor.
Beijos
Alexandre, revivi todo o pesadelo, mas se for para uma limpeza agora em outubro pode continuar caindo petistas e vc contando a história desse jeito tão admirável. Voltarei para ver.
abraços
Rapaz: que memória. Vou guardar o link ´para a posteridade. Abração
Rapaz: que memória. Vou guardar o link ´para a posteridade. Abração
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