UMA BOFETADA COLETIVA
Estamos vivenciando um fenômeno bastante curioso sob o ponto de vista sociológico a partir da evisceração da crise que se arrasta por longos nove meses.
Do seu início, após as denúncias do então Deputado Federal Roberto Jefferson a um jornal, deflagradas em resposta a uma matéria veiculada em rede nacional de televisão onde um funcionário dos Correios recebia “uma graninha” (“módicos” R$ 3.000,00), de dois empresários que concorriam em processo licitatório, até os episódios da sessão do Supremo Tribunal Federal que tentava julgar mais um Mandado de Segurança do Deputado Federal José Dirceu, a última sessão plenária do Senado Federal de 2005 onde “partidos de oposição” se propunham a obstaculizar a votação do Orçamento Anual condicionando-o ao julgamento político pela Câmara do processo daquele parlamentar, assistiu-se a inúmeras agressões ao ideário de um povo que um dia pensou que “a esperança tivesse vencido o medo” e ao escárnio sobre os que divergiram desse pensamento no pleito de 2002.
Quem imaginou que a sem-vergonhice tinha acabado ali se enganou de forma retumbante: ainda assistiríamos aos “habeas corpus” preventivos e as liminares do STF contra a quebra do sigilo dos fundos de pensão e do “amigão” Paulo Okamoto; aos depoimentos bombásticos da CPI dos Bingos e a entrevista do presidente ao jornalista Pedro Bial, além de tantas outras fanfarronices e declarações debochadas de nossos políticos e principalmente do “alienado-mor” – aquele que nada sabe: o “ONI-AUSENTE”.
Nem aqueles não eleitores do PT tinham noção, naqueles últimos dias de maio e início de junho do ano passado, que o Brasil sofreria tamanha transformação social, em face da indignação e revolta que se fez sentir nos corações e mentes da população como um todo, posto que as sucessivas denúncias de corrupção e aparelhamento do Estado brasileiro começaram a se mostrar evidentes com o início e comprovadas com o aprofundamento das investigações. Mas o pior ocorreu com aqueles que acreditaram e votaram no PT. Estes receberam, permitam-me a utilização do termo, “uma bifa” que os deixou desnorteados. Seu poder de recuperação não foi uniforme, mas do “CTI” a grande maioria já saiu, contudo está muito difícil reconhecer o erro ao qual foram induzidos, seja por uma estratégia de marketing eficaz e poderosa, seja pela tibieza de seus oponentes que não possuíam as mesmas “armas” para equilibrar tal disputa.
Difícil sim, recuperar-se de tal traição – este o termo correto – que arrebatou o imaginário de mais de 53 milhões de brasileiros com uma promessa de “ser diferente” e se mostrou pior que seus antecessores, e todos sabemos em nosso íntimo como é constrangedor reconhecer um erro, como nosso inconsciente é crítico na hora do julgamento de “nós mesmos”, o “nosso supremo tribunal” é implacável.
Culturalmente o Brasil é o “país do jeitinho”, um notável dirigente francês em visita a nossa terra declararia sua observação deste fenômeno social brasileiro; consolidado na década de 70 pelo ex-jogador de futebol tri-campeão Gérson, a qual ficou nacionalmente conhecido como “Lei de Gerson” (impropriamente atribuída ao atleta devido a uma propaganda de cigarros da época).
Vale tudo para se obter vantagem em tudo, é a aplicação pura do ideal de busca pelo prazer “hobbesiano”; o viés dessa cultura está justamente no ponto em que os bens do prazer humano são limitados e a busca indiscriminada por todos ao mesmo tempo leva a sociedade ao caos e a corrupção. Suas ferramentas são a intimidação direta ou indireta, o tráfico de influências e as trocas de favores que se valem de “mercadorias políticas” para obtenção de vantagens pessoais. É óbvio que todas essas condutas são nocivas e paradoxais para com a atividade política, pois as instituições que tem como missão mediar as relações sociais, criando, aperfeiçoando e aplicando as regras de convivência não podem ser refém de ideais mesquinhos e individualistas, sob pena de tornarem-se, até, despóticas.
A promiscuidade entre o público e o privado, extraído de forma sórdida de algum “artigo” da “Lei de Gerson”, foi urdida por mais de 20 anos pelos atuais protagonistas dos escândalos que se sobrepõem a cada dia e representa o “tabefe” desferido pelo governo.
E o povo?
Ah, o povo. Esse tem que se submeter ao julgamento do “supremo tribunal individual” e buscar uma “cura”, mas dispensando os "curandeiros" por favor, para amenizar o rubor deixado em sua face por esta bofetada coletiva.
Do seu início, após as denúncias do então Deputado Federal Roberto Jefferson a um jornal, deflagradas em resposta a uma matéria veiculada em rede nacional de televisão onde um funcionário dos Correios recebia “uma graninha” (“módicos” R$ 3.000,00), de dois empresários que concorriam em processo licitatório, até os episódios da sessão do Supremo Tribunal Federal que tentava julgar mais um Mandado de Segurança do Deputado Federal José Dirceu, a última sessão plenária do Senado Federal de 2005 onde “partidos de oposição” se propunham a obstaculizar a votação do Orçamento Anual condicionando-o ao julgamento político pela Câmara do processo daquele parlamentar, assistiu-se a inúmeras agressões ao ideário de um povo que um dia pensou que “a esperança tivesse vencido o medo” e ao escárnio sobre os que divergiram desse pensamento no pleito de 2002.
Quem imaginou que a sem-vergonhice tinha acabado ali se enganou de forma retumbante: ainda assistiríamos aos “habeas corpus” preventivos e as liminares do STF contra a quebra do sigilo dos fundos de pensão e do “amigão” Paulo Okamoto; aos depoimentos bombásticos da CPI dos Bingos e a entrevista do presidente ao jornalista Pedro Bial, além de tantas outras fanfarronices e declarações debochadas de nossos políticos e principalmente do “alienado-mor” – aquele que nada sabe: o “ONI-AUSENTE”.
Nem aqueles não eleitores do PT tinham noção, naqueles últimos dias de maio e início de junho do ano passado, que o Brasil sofreria tamanha transformação social, em face da indignação e revolta que se fez sentir nos corações e mentes da população como um todo, posto que as sucessivas denúncias de corrupção e aparelhamento do Estado brasileiro começaram a se mostrar evidentes com o início e comprovadas com o aprofundamento das investigações. Mas o pior ocorreu com aqueles que acreditaram e votaram no PT. Estes receberam, permitam-me a utilização do termo, “uma bifa” que os deixou desnorteados. Seu poder de recuperação não foi uniforme, mas do “CTI” a grande maioria já saiu, contudo está muito difícil reconhecer o erro ao qual foram induzidos, seja por uma estratégia de marketing eficaz e poderosa, seja pela tibieza de seus oponentes que não possuíam as mesmas “armas” para equilibrar tal disputa.
Difícil sim, recuperar-se de tal traição – este o termo correto – que arrebatou o imaginário de mais de 53 milhões de brasileiros com uma promessa de “ser diferente” e se mostrou pior que seus antecessores, e todos sabemos em nosso íntimo como é constrangedor reconhecer um erro, como nosso inconsciente é crítico na hora do julgamento de “nós mesmos”, o “nosso supremo tribunal” é implacável.
Culturalmente o Brasil é o “país do jeitinho”, um notável dirigente francês em visita a nossa terra declararia sua observação deste fenômeno social brasileiro; consolidado na década de 70 pelo ex-jogador de futebol tri-campeão Gérson, a qual ficou nacionalmente conhecido como “Lei de Gerson” (impropriamente atribuída ao atleta devido a uma propaganda de cigarros da época).
Vale tudo para se obter vantagem em tudo, é a aplicação pura do ideal de busca pelo prazer “hobbesiano”; o viés dessa cultura está justamente no ponto em que os bens do prazer humano são limitados e a busca indiscriminada por todos ao mesmo tempo leva a sociedade ao caos e a corrupção. Suas ferramentas são a intimidação direta ou indireta, o tráfico de influências e as trocas de favores que se valem de “mercadorias políticas” para obtenção de vantagens pessoais. É óbvio que todas essas condutas são nocivas e paradoxais para com a atividade política, pois as instituições que tem como missão mediar as relações sociais, criando, aperfeiçoando e aplicando as regras de convivência não podem ser refém de ideais mesquinhos e individualistas, sob pena de tornarem-se, até, despóticas.
A promiscuidade entre o público e o privado, extraído de forma sórdida de algum “artigo” da “Lei de Gerson”, foi urdida por mais de 20 anos pelos atuais protagonistas dos escândalos que se sobrepõem a cada dia e representa o “tabefe” desferido pelo governo.
E o povo?
Ah, o povo. Esse tem que se submeter ao julgamento do “supremo tribunal individual” e buscar uma “cura”, mas dispensando os "curandeiros" por favor, para amenizar o rubor deixado em sua face por esta bofetada coletiva.
8 Comments:
Alexandre, boa noite.
Você foi absolutamente preciso ao se referir à bofetada desferida pelo PT no país inteiro e não apenas em sua militãncia e seus acólitos.
Esta é uma bofetada cuja dor demorará anos para ser mitigada.
Quanto ao oni-ausente...rsrsrsrs, foi demais.
Beijos
Alexandre
No Brasil nunca poderemos adotar a prática de se pegar o jornal e deixar o dinheiro, como ocorre em muitos países do mundo.
Por quê? Por tudo que vc falou e muito mais.
abs
É meu amigo, a indignação é geral, mas o "povo", como você colocou, pode ser dividido em três, os que sabem mas não se importam, os que não sabem e os que sabem e se importam.
Acho que das três categorias, estamos na minoritária.
Abç
Alexandre,
Como já comentei no blog da Saramar, mudar tudo isso depende de cada um de nós, justamente abandonando esse jeitinho e fazendo a nossa parte para podermos cobrarmos que cada um faça a sua.
Não há nenhum messias e nenhum salvador para livrar a nossa cara, ou mudamos ou continuaremos sujeitos a esses bandidos.
Infelizmente acho que a maioria não tem cabeça para compreender que cada suposta vantagem que leva aqui, perde o triplo acolá, mas vamos continuar lutando para mudar, um dia quem sabe.
Beijo
Alexandre
Os Incas e Maias, apesar de separados no espaço, acreditavam igualmente que um dia Deus chegaria, montando um cavalo branco, para elevá-los aos Céus.
Por coincidêcia, Fracisco Pizarro apareceu num cavalo branco e virou o Demônio eliminando quase todos os Maias.
Será que nossos indios também não tinha essa esperança de esperar um "salvador"?. Não tenho esse conhecimento.
Mas o povo brasileiro age, exatamente, assim.
Abs
MOITA.
O que poderia fazer a diferença entre o povo e os índios seria algo chamado EDUCAÇÃO.
Uma coisa há muito tempo deixada no fundo do baú pelos diversos governantes da chamada "Nova República".
Infelizmente enquanto o Poder Executivo for exercido por "políticos" e não por "executivos", ainda teremos que nos conformar enquanto "massa ignara".
Um abraço,
Alexandre, fico impressionada com a sua capacidade de produzir textos e de grande qualidade. Tenho observado, a partir dos que já li, que pensa a crise na sua totalidade e isso ajuda muito na compreensão e crítica. Pergunto:estes textos são publicados em outras midias ou só aqui no blog?
Bjs
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