19 fevereiro 2006

O FIM DO DESEMPREGO

Pode soar como uma ironia, mas parece que uma promessa de campanha do PT poderá ser cumprida, caso Lula seja reeleito: a criação dos 10 milhões de empregos.
Entretanto não terão motivos para comemorar aqueles que acreditaram nesse engodo durante a campanha de 2002.
O “Estado-provedor” montado na esteira do pensamento estatizante preconizado pelos ideólogos do petismo, levou a máquina pública a se transformar num tipo de “obeso mórbido”, que a cada dia necessita “mais” para sua manutenção. Mais? O quê?
Recursos, é claro. Mais arrecadação, mais tributos, enfim, mais dinheiro mesmo.
Só a PETROBRÁS conta hoje com mais de 40 mil postos de trabalho terceirizados, o Banco Popular do Brasil(BB) um pouco menos – 30 mil, um enorme contingente de terceirizados também integra a folha salarial dos Correios, dos 35 ministérios e das 34 empresas estatais criadas pelo governo Lula para atender à permanente "demanda" de setores voltados para energia, bancos, petróleo e gás. Paralelamente somem-se os 19 mil cargos de confiança, que em 2003, ao chegar no Palácio do Planalto, Lula da Silva afirmou ser o seu objetivo no governo a recriação de um “Estado forte”, pois – assegurou a época:


"uma máquina pública bem profissionalizada e bem formada arrecada mais, presta serviços de melhor qualidade, combate o desvio de recursos, produz mais e transforma os serviços prestados pelo Estado em serviços competitivos com qualquer outro país do mundo".


Em cima de tal falácia, de imediato então, o ex-operário criou para os “necessitados companheiros” os 19 mil cargos de confiança, de custo médio em torno de R$ 3 mil, ato contínuo, em face de uma “choradeira de ratos magros”, ampliou em mais 18 mil o número de apaniguados do partido dentro dos variados espaços oficiais, incluindo o próprio Palácio do Planalto. Tudo sem falar nas centenas de ONGs mantidas pelo dinheiro público, em geral verdadeiros cabides de emprego e muitas delas albergue do pior parasitismo "politicamente correto".

Ainda não satisfeito com os empregos terceirizados, que ocupam hoje no Brasil mais de 2 milhões de funcionários distribuídos entre empresas privadas e setor público, e considerando os "concursos públicos um privilégio para os que estão mais bem preparados", Lula anuncia para este ano de eleições a realização de concursos públicos que objetivam injetar 10 mil funcionários à já saturada máquina do Estado, sem falar em milhares de vagas abertas na Petrobrás e de outras tantas em Furnas. A última pérola, por ato de Medida Provisória, ficou por conta da criação de 2.558 "vagas" na Fiocruz e em outros menos evidentes recônditos do Serviço Público, com destaque para 400 cargos no Itamaraty, com salários compensadores.

O Estado aparelhado pelo PT levará anos para ser desmontado. A ideologia do “Estado-provedor”, o Estado representado por uma cornucópia farta e abundante, fortemente arraigada nos ideais do petismo, transformou-se numa “quimera”, corrupta e devoradora de tributos, que irá infligir aos futuros dirigentes um pesado ônus de manutenção da folha salarial e o pagamento de aposentadorias. Se multiplicarmos todos os “empregos criados” no atual governo do PT por seus valores absolutos e projetarmos para os 35 anos por exemplo, podemos ter uma vaga noção do que esta “quimera” está reservando para o nosso futuro. Lembremo-nos que o dispêndio do orçamento na folha salarial do funcionalismo, apartando o aumento de oportunidades de corrupção, acarretará reduções de investimentos nos serviços essenciais como saúde, educação e obras de infra-estrutura, como a geração de energia e a criação e recuperação de estradas, por exemplo.

Mas isso não parece ser preocupante nesse momento. Muito menos motivo para um amplo debate com a sociedade, o que seria pertinente àquele que almeja um “excesso de democracia”, como ele declarou sobre o ocorrido ao “companheiro” Chavez em seu país.

Prioritário talvez seja a extensão do “bolsa-esmola” à falida classe média, aí sim, talvez consiga atingir sua “meta” jactada em 2002, e “de quebra” promover a tal “justiça social”(versão PT): seremos 10 milhões de empregados no Serviço Público e... 170 milhões de “bolsistas”.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Opaaa!!! Não sabia da existência desse blog ainda!

Alguma sugestão para o banner para o link?

;-p

Essa história de aparelhamento e inchanço nos custa bem mais que o gasto em folha...

5:01 PM  
Blogger O Fantasma de Bastiat said...

Olá Alexandre,
Cá estou para corrigir uma injustiça: eu não estive tanto tempo assim ausente de teu blog. Acho que foi ontem mesmo que eu li a piada do velhinho aí embaixo (nem sempre eu acesso os blogs amigos diretamente do meu). Os meus comentários, é bem verdade, é que têm sido um pouco mais esparsos.
Mas saiba que eu gosto muito dos teus textos, com os quais tenho me identificado bastante.
Um abração.

11:00 PM  
Blogger Unknown said...

Alexandre.

Venho todos os dias aqui e comento, mas o comentário não entra e retorna para minha caixa de correio... já comentei isso noutro post abaixo de sábado, mas vc não recebeu... :(

Nem preciso comentar esse post, a união sovietica é a prova de que esse sistema não funciona, mas gente burra não aprende com os erros alheios e os brasileiros querem ver pra crer... ou morrer.

Beijo

12:49 AM  
Blogger Saramar said...

Alexandre, essa conclusão brilhante e, ao mesmo tempo, perturbadora, levou-me à Evita Perón e ao sebastianismo que até nossos primeiros colonizadores já abandonaram em favor da própria sobrevivência como nação.
Então, fico pensando no que será que temos que impede a emergência de uma classe de políticos interessados na emancipação desse país, no seu desenvolcimento?
Até quando seremos governados por ínfimos e ridículos ditadores?

4:17 AM  
Blogger Moita said...

Alexandre

Uma das coisas mais dificeis que acho é comentar depois de Saramar.

Tinha pensado em fazer esse comentário, quando chego aqui, ela ja tascou.

Essa onda do "paizão" provedor é o que sustenta muitissimos políticos, especialmente no Nordeste semi-árido que conheço bem. E parace que o Lula tb conhece.
abs

9:37 AM  

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