LIDERANÇA OU DOMINAÇÃO -
FENÔMENOS SOCIAIS CÍCLICOS
O fato social, hodiernamente no país representado pelo embuste e pela enganação, é tão antigo quanto o surgimento do Homem na face da Terra.
No livro de Gênesis, 4.8, [...] “Caim disse então a Abel, seu irmão: - ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o.”
Na ausência do ordenamento jurídico, nos sistemas sociais tribais dos primórdios da civilização, relegava-se ao exílio, ao afastamento do meio social, aqueles que praticassem atos lesivos ao senso comum de ordem, desde o início da vida em sociedade o Homem quer afastar de si aqueles semelhantes considerados nocivos.
Esses renegados, condenados a perambular pelo mundo, sem identidade familiar, sem tribo, mas ainda seres sociais, não raro encontravam-se e se associavam. O Homem é gregário. Suas vicissitudes os aproximavam, ao mesmo tempo os embruteciam. Revolta, indignação e vingança são sentimentos que os unem e os organizam – constituem verdadeiros “exércitos de rejeitados sociais”.
Antigas lendas dão conta das invasões de aldeias pelas hordas constituídas pelos filhos renegados, que ao voltarem praticavam o parricídio, o rapto e o estupro e, na ausência do ordenamento jurídico, imperava a lei do mais forte, a dominação pela força física, pela brutalidade, a submissão dos mais fracos, a escravização, enfim, o império da barbárie.
Nesse contexto, segundo o historiador romano Tito Lívio, um grupo renegado de habitantes de Albalonga, seguidores de seus príncipes etruscos, veio a se estabelecer numa região da península itálica rodeada por sete colinas.
A esse grupo juntaram-se os latinos e, no ano de 753 a.C., já sob o império de Rômulo, são traçadas no chão as linhas sobre as quais seriam erguidas as fortificações que circundariam as colinas, onde se ergueria a cidade de Roma. Rômulo, que se intitulava o preferido dos deuses, matou seu irmão gêmeo Remo, pois este discordava de seus planos de dominação pela brutalidade. Sozinho, arquitetou um plano de expansão do seu império dentro do qual incluiu, e executou, o Rapto das Sabinas, mulheres dos sabinos, uma tribo vizinha, as quais foram levadas para Roma a fim de procriarem e assim expandir a jovem cidade.
A dominação , fenômeno que vertebra as ações sociais, confere a Roma e seus “cesares” um poder contra o qual pareceria impossível opor-se. Seguem-se séculos de conquistas, lutas, imposições. O povo de Roma acredita na legitimidade do poder do “César” e a sua cultura transcende seus limites territoriais.
A única maneira de haver uma mudança nessas relações sociais, conforme nos ensinaria Max Weber à frente, seria pelo surgimento de um ídolo, que pela liderança carismática viesse a corroer a dominação tradicional de Roma.
E ela veio.
O grande problema da liderança carismática, e nesse caso estamos nos referindo àquela exercida por Jesus, é que sendo toda fundada na pessoa, o que ocorrerá com o Estado quando o ídolo morrer?
Para Weber, num primeiro momento, ocorrerá uma crise naquele meio social, a seguir a sociedade tenderá para a rotinização, e a liderança legada poderá se tornar tradicional ou racional-legal, porém não mais retornará à modelagem anterior, de dominação carismática, haja vista a ausência do ídolo.
Dessa forma podemos entender a ascensão e queda do império romano.
Com o mesmo entendimento, num salto milenar na história do Homem, podemos enxergar que o líder carismático só se manterá no poder se contar com alguma legitimidade na população ou parte dela (através de um pleito, por exemplo), ou ainda, se contar com algum reconhecimento por parte de seus opositores, de políticos ou da imprensa; o que se assemelha a uma soturna cumplicidade .
Acontece que impostores não conseguem liderar nações, líderes não se sustentam com factóides, apenas se tornam ídolos com “pés de barro”; tampouco embusteiros e mentirosos, mesmo que a reboque de campanhas publicitárias miliardárias que negaceiem sua sorrelfa, dando-lhes belo invólucro, e consigam fazer com que obtenham um aparente e efêmero sucesso, mas, para logo a seguir, serem desmascarados pelas burundangas que proferem e pelas trapaças que realizam.
A situação que vivenciamos, de 2003 para cá, lembra uma frase proferida por determinado “líder populista”: “o problema de você pregar uma mentira, é que depois você tem que contar outra e depois outra e no final acaba esquecendo daquela primeira e se atrapalha”.
Quanta “sabedoria”...
No livro de Gênesis, 4.8, [...] “Caim disse então a Abel, seu irmão: - ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o.”
Na ausência do ordenamento jurídico, nos sistemas sociais tribais dos primórdios da civilização, relegava-se ao exílio, ao afastamento do meio social, aqueles que praticassem atos lesivos ao senso comum de ordem, desde o início da vida em sociedade o Homem quer afastar de si aqueles semelhantes considerados nocivos.
Esses renegados, condenados a perambular pelo mundo, sem identidade familiar, sem tribo, mas ainda seres sociais, não raro encontravam-se e se associavam. O Homem é gregário. Suas vicissitudes os aproximavam, ao mesmo tempo os embruteciam. Revolta, indignação e vingança são sentimentos que os unem e os organizam – constituem verdadeiros “exércitos de rejeitados sociais”.
Antigas lendas dão conta das invasões de aldeias pelas hordas constituídas pelos filhos renegados, que ao voltarem praticavam o parricídio, o rapto e o estupro e, na ausência do ordenamento jurídico, imperava a lei do mais forte, a dominação pela força física, pela brutalidade, a submissão dos mais fracos, a escravização, enfim, o império da barbárie.
Nesse contexto, segundo o historiador romano Tito Lívio, um grupo renegado de habitantes de Albalonga, seguidores de seus príncipes etruscos, veio a se estabelecer numa região da península itálica rodeada por sete colinas.
A esse grupo juntaram-se os latinos e, no ano de 753 a.C., já sob o império de Rômulo, são traçadas no chão as linhas sobre as quais seriam erguidas as fortificações que circundariam as colinas, onde se ergueria a cidade de Roma. Rômulo, que se intitulava o preferido dos deuses, matou seu irmão gêmeo Remo, pois este discordava de seus planos de dominação pela brutalidade. Sozinho, arquitetou um plano de expansão do seu império dentro do qual incluiu, e executou, o Rapto das Sabinas, mulheres dos sabinos, uma tribo vizinha, as quais foram levadas para Roma a fim de procriarem e assim expandir a jovem cidade.
A dominação , fenômeno que vertebra as ações sociais, confere a Roma e seus “cesares” um poder contra o qual pareceria impossível opor-se. Seguem-se séculos de conquistas, lutas, imposições. O povo de Roma acredita na legitimidade do poder do “César” e a sua cultura transcende seus limites territoriais.
A única maneira de haver uma mudança nessas relações sociais, conforme nos ensinaria Max Weber à frente, seria pelo surgimento de um ídolo, que pela liderança carismática viesse a corroer a dominação tradicional de Roma.
E ela veio.
O grande problema da liderança carismática, e nesse caso estamos nos referindo àquela exercida por Jesus, é que sendo toda fundada na pessoa, o que ocorrerá com o Estado quando o ídolo morrer?
Para Weber, num primeiro momento, ocorrerá uma crise naquele meio social, a seguir a sociedade tenderá para a rotinização, e a liderança legada poderá se tornar tradicional ou racional-legal, porém não mais retornará à modelagem anterior, de dominação carismática, haja vista a ausência do ídolo.
Dessa forma podemos entender a ascensão e queda do império romano.
Com o mesmo entendimento, num salto milenar na história do Homem, podemos enxergar que o líder carismático só se manterá no poder se contar com alguma legitimidade na população ou parte dela (através de um pleito, por exemplo), ou ainda, se contar com algum reconhecimento por parte de seus opositores, de políticos ou da imprensa; o que se assemelha a uma soturna cumplicidade .
Acontece que impostores não conseguem liderar nações, líderes não se sustentam com factóides, apenas se tornam ídolos com “pés de barro”; tampouco embusteiros e mentirosos, mesmo que a reboque de campanhas publicitárias miliardárias que negaceiem sua sorrelfa, dando-lhes belo invólucro, e consigam fazer com que obtenham um aparente e efêmero sucesso, mas, para logo a seguir, serem desmascarados pelas burundangas que proferem e pelas trapaças que realizam.
A situação que vivenciamos, de 2003 para cá, lembra uma frase proferida por determinado “líder populista”: “o problema de você pregar uma mentira, é que depois você tem que contar outra e depois outra e no final acaba esquecendo daquela primeira e se atrapalha”.
Quanta “sabedoria”...
4 Comments:
Alexandre,
Infelizmente o brasileiro comum assim como Lula, pouco sabe e pouco lê, temos grandes livros que nos mostram quem é o homem, mas como a maioria não compreende as voltas que o mundo dá, as histórias vão se repetindo e os erros vão se acumulando até o dia em que todos entendam quem é o Senhor.
I Samuel 12:13 Agora, pois, eis aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o SENHOR vos deu um rei.
Enquanto isso continuaremos clamando por um "rei" e Ele continuará nos dando esse "rei".
Boa semana,
Beijo
Alexandre,
Excelente post.
Um atrapalhado no poder, é isso que temos, e pior, analfabetos e mandriões como eleitores.
Parece que somos uma nação composta por "exércitos de rejeitados sociais", que aceitam um "líder" nas mesmas condições.
Infelizmente, acho que temos que esperar mais devastação na moralidade do país para que o povo comece a perceber que este modelo de líder falastrão sem conhecimento, e outras coisas ainda piores, está totalmente errado.
Abraços
Alexandre, bom dia.
Você descreveu perfeitamente o nosso "líder", inteirinho de barro, forjado na lama da corrupção e da mentira.
Até quando? Temo que, se reeleito, esse monstro de barro não consiga governar e provoque uma crise imensa nest epobre país.
Beijos e um ótimo dia.
Penso que o Brasil estaria bem melhor se já tivesse sido governado por uma mulher. Acho que é isso que nos falta: romper paradigmas.
Obrigado às sras. comentaristas.
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