DO SOCIALISMO AO DESPOTISMO - PARTE I
A FORMAÇÃO DO ESTADO
O tema da DOMINAÇÃO é um segmento do campo da ordem humana; os pensadores gregos do século V a.C. já analisavam o fenômeno, questionando sua origem natural.
Até então, desde os primórdios da convivência em sociedade, a ordem advinha dos Deuses, cabendo aos sacerdotes e pitonisas interpretarem as leis divinas e transmití-las ao povo, através dos oráculos.
Sólon e Clístenes propõem uma nova forma de organização da cidade – Atenas – baseada na isonomia dos cidadãos, ou seja, cada um representando um voto e a Ágora como a assembléia de todos os cidadãos, o lugar onde a ordem era anunciada após serem os fatos sociais analisados pelos eleitos; dessa forma evoluiu a cidade na construção da ordem social, deixando de ser um fenômeno da natureza, que advinha dos Deuses através dos sacerdotes e pitonisas, passando a ser estabelecida pelos próprios homens.
Platão, discípulo de Sócrates, passa a ver com horror essa sociedade onde outros pensadores, além dos filósofos, pudessem vir a estabelecer a ordem na sociedade; como os sofistas, por exemplo, que se valem da retórica e da persuasão.
Assim ocorreu quando esta sociedade, na cidade de Atenas, condenou à morte seu mestre Sócrates; logo ele – o mais sábio – que deveria possuir todo o poder por deter o conhecimento, é sacrificado. Para Platão o controle social – a ordem – e o poder de estabelecer suas regras deveriam estar nas mãos dos reis-filósofos; a ignorância, esta sim, deve ser eliminada e junto com ela o livre pensamento. Para tanto a educação deve ser estatal e o objetivo é o de evitar que os membros daquela sociedade assimilassem outra cultura. Na sociedade de Platão não havia espaço para os poetas, pois estes contavam a história e pregavam o pensamento libertário.
Aristóteles vê a sociedade como uma totalidade complexa, um leque de variedades sociais, culturais, éticas, valores... que se mantém unida porque seus integrantes – os homens – são seres gregários e essa variedade é conectada pela política.
Tenta mostrar a sociedade pelas suas agregações e a primeira delas é a família, seguindo-se a reunião de famílias até evoluir para o Estado ou Politeia, este entendido como o conjunto de pessoas que vivem sob uma mesma ordem, uma mesma lei.
A democracia direta de Atenas evolui até a democracia indireta na atualidade, passando, contudo, por várias etapas evolutivas que foram interpretadas e pesquisadas por filósofos e pensadores ao longo dos séculos.
Nicolau Maquiavel em “O Príncipe” prega como o poder se sustenta no emprego proporcional da força e da astúcia, embora possa não ter sido seu objetivo prioritário, ensina ao soberano como se preservar no poder e como levar a bom termo uma conspiração. Relata suas experiências de vida política na cidade, onde o “mal” é mais significativo e real do que o “bem”; contrapõe-se à teoria de Aristóteles para quem a vida humana podia ser estruturada como uma hierarquia entre bens e fins.
Foi o primeiro dos “mestres da suspeita”, retirando a máscara da inocência e trazendo a reflexão do mundo para a visão clara do realismo. Na cidade de Maquiavel o povo é bom, inocente, mas por uma vertente negativa, ou seja, seu desejo é não sofrer a opressão imposta pelos “grandes”, pelos dominadores. É justamente neste ponto que “O Príncipe” ensina ao soberano a dosar o uso da força e da astúcia a fim de perpetuar-se no poder. Não provocar seu inimigo, mas se tiver uma chance real de sobrepujá-lo deve empregar toda sua força e eliminá-lo.
Maquiavel não acredita que humanos sejam animais políticos; humanos são egoístas e só se aproximam de outros para obter vantagens, seja isoladamente ou em grupo. No mundo de Maquiavel a ética não é fundamental, o que causaria horror a Aristóteles, e o espaço humano é de predação.
Conforme sua lógica nenhum poder político é estável por natureza e a busca pela estabilidade é uma constante. Contesta os Estados controlados pela Igreja, como os mais humanitários, pois estes governam da mesma forma que os demais – não religiosos, ou seja: usam a força, a guerra, o butim, a mentira, a astúcia. Daí entendermos sua teoria como realista.
(continua)
O tema da DOMINAÇÃO é um segmento do campo da ordem humana; os pensadores gregos do século V a.C. já analisavam o fenômeno, questionando sua origem natural.
Até então, desde os primórdios da convivência em sociedade, a ordem advinha dos Deuses, cabendo aos sacerdotes e pitonisas interpretarem as leis divinas e transmití-las ao povo, através dos oráculos.
Sólon e Clístenes propõem uma nova forma de organização da cidade – Atenas – baseada na isonomia dos cidadãos, ou seja, cada um representando um voto e a Ágora como a assembléia de todos os cidadãos, o lugar onde a ordem era anunciada após serem os fatos sociais analisados pelos eleitos; dessa forma evoluiu a cidade na construção da ordem social, deixando de ser um fenômeno da natureza, que advinha dos Deuses através dos sacerdotes e pitonisas, passando a ser estabelecida pelos próprios homens.
Platão, discípulo de Sócrates, passa a ver com horror essa sociedade onde outros pensadores, além dos filósofos, pudessem vir a estabelecer a ordem na sociedade; como os sofistas, por exemplo, que se valem da retórica e da persuasão.
Assim ocorreu quando esta sociedade, na cidade de Atenas, condenou à morte seu mestre Sócrates; logo ele – o mais sábio – que deveria possuir todo o poder por deter o conhecimento, é sacrificado. Para Platão o controle social – a ordem – e o poder de estabelecer suas regras deveriam estar nas mãos dos reis-filósofos; a ignorância, esta sim, deve ser eliminada e junto com ela o livre pensamento. Para tanto a educação deve ser estatal e o objetivo é o de evitar que os membros daquela sociedade assimilassem outra cultura. Na sociedade de Platão não havia espaço para os poetas, pois estes contavam a história e pregavam o pensamento libertário.
Aristóteles vê a sociedade como uma totalidade complexa, um leque de variedades sociais, culturais, éticas, valores... que se mantém unida porque seus integrantes – os homens – são seres gregários e essa variedade é conectada pela política.
Tenta mostrar a sociedade pelas suas agregações e a primeira delas é a família, seguindo-se a reunião de famílias até evoluir para o Estado ou Politeia, este entendido como o conjunto de pessoas que vivem sob uma mesma ordem, uma mesma lei.
A democracia direta de Atenas evolui até a democracia indireta na atualidade, passando, contudo, por várias etapas evolutivas que foram interpretadas e pesquisadas por filósofos e pensadores ao longo dos séculos.
Nicolau Maquiavel em “O Príncipe” prega como o poder se sustenta no emprego proporcional da força e da astúcia, embora possa não ter sido seu objetivo prioritário, ensina ao soberano como se preservar no poder e como levar a bom termo uma conspiração. Relata suas experiências de vida política na cidade, onde o “mal” é mais significativo e real do que o “bem”; contrapõe-se à teoria de Aristóteles para quem a vida humana podia ser estruturada como uma hierarquia entre bens e fins.
Foi o primeiro dos “mestres da suspeita”, retirando a máscara da inocência e trazendo a reflexão do mundo para a visão clara do realismo. Na cidade de Maquiavel o povo é bom, inocente, mas por uma vertente negativa, ou seja, seu desejo é não sofrer a opressão imposta pelos “grandes”, pelos dominadores. É justamente neste ponto que “O Príncipe” ensina ao soberano a dosar o uso da força e da astúcia a fim de perpetuar-se no poder. Não provocar seu inimigo, mas se tiver uma chance real de sobrepujá-lo deve empregar toda sua força e eliminá-lo.
Maquiavel não acredita que humanos sejam animais políticos; humanos são egoístas e só se aproximam de outros para obter vantagens, seja isoladamente ou em grupo. No mundo de Maquiavel a ética não é fundamental, o que causaria horror a Aristóteles, e o espaço humano é de predação.
Conforme sua lógica nenhum poder político é estável por natureza e a busca pela estabilidade é uma constante. Contesta os Estados controlados pela Igreja, como os mais humanitários, pois estes governam da mesma forma que os demais – não religiosos, ou seja: usam a força, a guerra, o butim, a mentira, a astúcia. Daí entendermos sua teoria como realista.
(continua)
10 Comments:
Caro Alexandre,
Gostaria de agredecer a sua participação e seu comentário ao meu texto publicado lá no Blog da Santa, muito obrigado e quando puder visite-me.
Abçs
Marcos
www.gotasdefel.blig.ig.com.br
Caro Alexandre,
o que podemos fazer no momento é resistir e denunciar. Até outubro muita água ainda vai rolar. Mas vc pode ter certeza que está fazendo correto. Cada um de nós, ao nosso modo, pode dar uma efetiva contribuição para livrar a Nação dessa horda que dela de apropriou para pilhar o patrimônio público.
Cordial abraço do
Aluízio Amorim
http://oquepensaaluizio.zip.net
SR Alexandre: Estoy a ca con la recomendacion de Señor Serjón que ministrou el workshop en Caracas El Blog és seguro muy bueno. Congratulaciones.
Alexandre
A primeira palestra está supimpa.
lendo-se o Maquiavel vê-se que ao ensinar aos Médices ele ensinava ao povo tambem com se faz política, pelo menos aos que tiveram contato com sua obra.
Estarei na primeira carteira da primeira fila.
Abs
Parabéns pela iniciativa e pela clareza de idéias! Aguardo ansiosa a continuação... Bjs.
- Soube?
- Do quê?
- A se confirmarem as previsões ...
- É!
- ... ganha quem tiver a campanha mais Realista.
- É!
- Segundo Maquiavel...
- É!
Amigo Alexandre,
afinal o que é versão lemmon ?
Uma versão diet ?
Versão azeda ?
Abçs,
Jôka P.
Alexandre, boa tarde.
Como uma aluna aplicada, não perderei nenhuma aula. O professor é insuperável e entendi tudo.
Fiquei pensando: será que as "oposições" brasileiras leram Maquiavel ou são como os esquerdistas que nunca entenderam Marx (alguns sequer leram)?
Não parece!
Obrigada
Beijos
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