27 agosto 2008

PENSAMENTOS...

"O horário político é o único momento em que os ladrões ficam em cadeia nacional."
Profundo...

25 agosto 2008

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO TRÁFICO NO RIO !


Não adianta colocar somente na "conta dos pobres" !


Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o 'cinismo' dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas. Guedes desafia a todos que 'tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro'.


Leia o artigo na íntegra:


'Eles ajudaram a destruir o Rio'.


É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.


Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.


Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão.


Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato. Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundodos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.


Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.


Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa-lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.

Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é digamos assim, tolerado. Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:


'Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.'


Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.'



Fonte: Jornal de Brasília.


Nota do blog: - concordo integralmente com o autor do texto !

17 agosto 2008

EDUCAÇÃO JÁ ! SOCORRO...



Todos os candidatos, sem exceção, durante suas campanhas prometem priorizar a EDUCAÇÃO.
Alguns dizem, após assumir o governo (seja em qual nível for), que seu antecessor “nada fez pela EDUCAÇÃO...” e que “ele está fazendo o que jamais fora feito”.

Infelizmente o conceito de EDUCAÇÃO é abstrato, algo irreal, invisível, volátil, e portanto, impossível de ser “mostrado”; ainda mais em 4 anos, ao contrário de uma obra pronta.

Talvez por isso a quase totalidade dos governantes brasileiros tendem a “materializar” as promessas de investimento em EDUCAÇÃO através da construção de prédios, ou na reforma de alguns, às vezes na miscelânea de “programas assistencialistas” com o ensino – como se quisessem fazer crer que a freqüência na escola pudesse parecer com algo associado a EDUCAÇÃO; propondo uma “mistureba” perversa e escravizante da população.

O que eles jamais fazem, e jamais farão, é atacar o cerne da questão educacional que está no conteúdo dos programas e na filosofia da ESCOLA, como elemento de transformação do ser humano e sua adequação ao terceiro milênio; nesse mister o mestre-escola é um elemento fundamental, e como tal necessita ser “revigorado” e qualificado: não se pode imaginar a ESCOLA sem o professor.

Por outro lado, estes mesmos governantes sabem que tal transformação não ocorrerá em 4 anos, sendo portanto mais fácil construir um prédio do que realizar tal transformação. E aí está fechado o ciclo perverso: o povo sem educação, sem qualificação, sem emprego na sociedade do conhecimento e do consumo; torna-se refém dos “programas populistas-assistencialistas” do tipo “bolsa-isso” e “bolsa-aquilo” que por trás embutem a perversidade do governante na manutenção da pobreza e da falta de EDUCAÇÃO patrocinada por seu governo.
Temos inúmeros exemplos da desqualificação da ESCOLA e o baixo nível de nossos alunos. A cada ano os “provões”, sejam do ensino fundamental, do médio ou superior, nos dão sobejas provas de que a qualidade está beirando o “meio-fio”, e, em muitos casos, já desceu pelo “bueiro”, mesmo.
Apenas para ilustrar o que tentamos resumir acima, vejam o exemplo extraído de uma prova realizada por um aluno do ensino médio do Rio de Janeiro que “estuda” num colégio particular.

Questão na prova final do Colégio Objetivo
"Faça uma análise sobre a importância do Vale do Paraíba"

Resposta do aluno:
"O Vale do Paraíba é de suma importância, pois não podemos discriminar esses importantes cidadãos. Já que existem o Vale-Transporte e o Vale do Idoso, por que não existir também o Vale do Paraíba? Além disso, sabemos que os Paraíbas, de um modo geral, trabalham em obras ou portarias de edifícios e ganham pouco. Então, o dinheiro que entra no meio do mês (que é o Vale), é muito importante para ele equilibrar a sua renda familiar."

04 agosto 2008

VELHOS, ANACRÔNICOS OU OBSOLETOS?




Toda sociedade evolui e se transforma. Isto tanto é verdade quanto uma equação matemática.
No início da civilização, durante a formação dos primeiros agrupamentos humanos, nos sistemas sociais tribais dos primórdios da civilização, o homem sempre buscou um ordenamento jurídico para a convivência comum. Aqueles indivíduos que violavam as regras do grupo eram banidos.
Esses renegados, condenados a perambular pelo mundo, sem identidade familiar, sem tribo, mas ainda seres sociais, não raro encontravam-se e associavam-se, o Homem é gregário. Suas vicissitudes os aproximavam, ao mesmo tempo os embruteciam. Revolta, indignação e vingança são sentimentos que os unem e os organizam – constituem verdadeiros “exércitos de rejeitados sociais”.
Antigas lendas dão conta das invasões de aldeias pelas hordas constituídas pelos filhos renegados, que ao voltarem praticavam o parricídio, o rapto e o estupro e, na ausência do ordenamento jurídico, imperava a lei do mais forte, a dominação pela força física, pela brutalidade, a submissão dos mais fracos, a escravização, enfim, o império da barbárie.
Toda a História nos apresenta, sobejamente, exemplos de dominação e subversão – revoltas, guerras, conflitos sociais, golpes de estado, tudo a reboque da dominação histórica do homem pelo homem.
O que se vê hoje no Brasil é um golpe de estado bem mais desonesto e, pior, totalmente descompromissado de qualquer perspectiva de reconstrução institucional, é um golpe predatório e inconseqüente, cujo fim está em si mesmo – a perpetuação no poder – é uma profecia auto-realizável.
Ele tenta se escudar na “blindagem da bandalheira”, e pretende tornar inimputáveis pelos seus atos, mesmo em traição ao juramento Constitucional, os ocupantes das mais elevadas funções do Estado. E, na esteira dessa impunidade, oferece em perspectiva, como se fora uma fatalidade promíscua, a sagração do absurdo e a garantia da corrupção no paradigma de uma governança factóide.
O maior risco hoje no Brasil, é a dificuldade crescente de distinguir-se o bom senso daquilo que lhe é absolutamente incompatível. Risco que se aumenta e radicaliza pela dificuldade de identificar-se, de baixo até em cima, dentre os cidadãos e a classe dirigente, em que ponto se encontram no ‘continuum’ que vai da lucidez à insanidade, do erro pelo apedeutismo ao cinismo pela amoralidade. É sabido que, nestes últimos extremos, se conjuga o legado mais trágico da história ainda recente:

“O súdito ideal do governo totalitário é aquele para quem já não exista diferença entre o fato e a ficção (isto é, a realidade da experiência) e a diferença entre o verdadeiro e o falso (isto é, os critérios do pensamento).” [ARENDT, Hannah - Origens do Totalitarismo. São Paulo, Companhia das Letras, 3ª ed., 1998]


Senão vejamos o artigo escrito por Dom Hélio Adelar Rubert – Bispo Diocesano de Santa Maria-RS:



A Grande Semana Santa
Muitos artigos escrevi e muitas palestras fiz ao longo dos últimos quinze anos combatendo certas frentes: as ideologias utópicas, a influência marxista na Igreja através da tal Teologia da Libertação, o apoio de muitos bispos e padres aos métodos revolucionários do MST e ao próprio PT, e as estratégias de ação desse partido. Reconheço que fui um chato de galocha, cumprindo, não sem padecimento pessoal, o papel missionário que a consciência política e a formação católica me impunham. Emitia opiniões num tempo em que não ser petista já constituía pecado grave e combater o PT era caso de excomunhão. Enfrentava apenas idéias, mas me tornei objeto da velha tática stalinista da difamação e das agressões pessoais. A carteirinha do PT era o oitavo e o mais efetivo dos sacramentos e negar que assim fosse constituía insuportável sacrilégio.
O Partido dos Trabalhadores se exibia como estuário de toda virtude nacional. No leque ideológico, só havia pecado a leste do PT, que cumpria, com furores de Torquemada, o papel de grande inquisidor das heresias políticas desalinhadas da beata esquerda tupiniquim.
E eu, do alto de minhas surradas tamancas, ousava dizer que não era bem assim.
Para zilhões de brasileiros, o PT e seus correlatos eram tudo. Encarnavam a decência, a inteligência acadêmica e a conseqüente solução para todos os problemas. Eram a locomotiva capaz de levar a classe operária ao paraíso. Havia invasões, atos criminosos, quebra-quebras. Distribuíam-se, a esmo, injúrias e difamações. Mas a moral revolucionária, para ser salvadora, não pode dar bola a pequenos valores burgueses do Estado de Direito. Ali estava, por fim, o partido da sociedade de massa, do Brasil urbano, opondo-se às práticas rasteiras e corruptas das elites rurais que costumeiramente cabresteavam, com pequenos favores, o miserável eleitorado dos grotões.
De tudo isso eu me lembro. E agora, olho para as pesquisas de opinião e vejo que é exatamente ali, nos grotões, à custa de farta distribuição de donativos, “bolsas”, vales e sacolões que Lula se entrincheira para o pleito de outubro.
A força da gravidade, inclemente, traz para baixo tudo que foi cuspido para o alto. A decência não resistiu ao menor contato com o pragmatismo. A inteligência não pariu um único projeto para o Brasil.
Impôs-se o império da mentira.
Operário não viaja nem como pingente no vagão para o paraíso, que trafega lotado de banqueiros. E quem viver, verá: o sucesso petista na eleição presidencial depende do mais subalterno, desinformado e corruptível dos eleitores – aquele que pode ser comprado com favores oficiais.
Publicação: A Razão / Segunda-feira, 10 de abril de 2006.




Nós estamos hoje dentro desse abismo. O atual estágio da crise político-institucional sinaliza para um ponto de não-retorno, em que a insanidade domina a consciência histórica e a irracionalidade tende a prevalecer. Será esta a neo sociedade brasileira, transformada pelo “bolsismo”?

É importante prevenir-se, pois, como esse desfecho se costura nos equívocos e nas lacunas de um enorme desconjunto de intenções e decisões, flagrantemente malévolas, às vezes sob o manto ingênuo do “assistencialismo” ou simplesmente, e cinicamente, a se justificar os meios pelo fim, tecendo a rede da sua inexorabilidade. Talvez assim, pela análise mais atenta de uns, pelo comportamento mais conseqüente de outros, enfim, pelo envolvimento mais cidadão de todos nós que participamos desse cotidiano e sofremos as suas conseqüências, seja ainda possível romper a blindagem da bandalheira, chamar a mentira pelo seu próprio nome, caixa 2 de crime e não de “recursos não contabilizados”, “mensalão” não é um “pequeno erro” mas corrupção mesmo, peculato, concussão, improbidade administrativa, responsabilidade, tráfico de influências, lavagem de dinheiro, não são atos de “aloprados”, mas de criminosos mesmo e não podem ser “perdoados”, não só porque não pecaram apenas, mas cometeram crimes, mas principalmente porque quem perdoa é DEUS, assim mesmo diante de um arrependimento fervoroso, o que parece não ser o caso, além do que a Divindade não está aqui na Terra, tampouco no Brasil e muito menos em Brasília.
Em suma, eles têm que ser presos mesmo. Se não agirmos assim não se deterá a fatalidade da catástrofe, o caos social.
Caso contrário, a prevalecer o oposto, resta-nos perguntar a nós mesmos: estamos velhos, anacrônicos ou obsoletos?
Se estivermos, como os dinossauros, corremos o risco de sermos descartados.