28 dezembro 2006

ADEUS ANO VELHO ... (E NÃO VOLTE NUNCA MAIS ! )








A madrugada desta última 5ª feira (28/12) foi o pano de fundo para mais um espetáculo de horror na nossa querida (e combalida) “ex- Cidade Maravilhosa”.



Uma onda de ataques simultâneos de traficantes contra alvos policiais e civis foram desencadeados a partir das 18:00 horas de 4ª feira e adentrou a madrugada, persistindo até o momento do fechamento deste artigo.
A exemplo dos ataques ocorridos no estado de São Paulo em maio deste ano, desencadeados pela quadrilha auto denominada PCC (observem que não os qualifico de “organização”), os ataques no Rio de Janeiro originaram-se de ordens perpassadas “intra muros” por determinado facínora que cumpre pena em “penitenciária de segurança mínima” (caso contrário, como teria ordenado tais ataques?).



As similitudes dos ataques no Rio de Janeiro com os de São Paulo não ficam apenas nesta particularidade, mas no modus operandi contra instalações policiais e também nas versões contrapostas de autoridades públicas como a do Secretário Estadual de Segurança versus a do Secretário Estadual de Administração Penitenciária e, ambos, divergindo da última versão: a da “governadora” Rosinha Garotinho.

O primeiro afirmando que os marginais estariam “respondendo” a uma possível mudança que estaria porvir no sistema penitenciário com a troca da cúpula daquela Secretaria administrada por Astério Pereira dos Santos; este, por sua vez, dizendo que os ataques teriam sido previstos e relatados e seriam uma retaliação as ações das milícias que estariam tomando as favelas e expulsando o tráfico de seus redutos.


A “governadora”, última autoridade a se pronunciar, pois paradoxalmente aguardava a implosão de um complexo penitenciário localizado no centro da cidade - Complexo Penitenciário Frei Caneca(um Carandiru carioca), manifestou-se afirmando que os ataques seriam em retaliação ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) que estaria retirando determinados privilégios dos detentos.

Na “guerra” das versões temos outras tantas, produzidas pelos “ólogos” da segurança pública convocados a se manifestarem por uma mídia “perplexa” e sensacionalista, e pela do Prefeito, a qual incluo neste contexto e se assemelha à do Secretário do Sistema Penitenciário.


Do rescaldo de todo este blá-blá-blá restam as tristes imagens dos danos ao patrimônio, das vidas ceifadas (de policiais e das vítimas civis inocentes, tão somente) e as lembranças de um ano que gostaríamos que fosse apagado da história “destepaízzz”.

25 dezembro 2006

A "NOSSA" FRASE DO ANO

"O IBAMA É O ÓRGÃO QUE PROÍBE FAZER BOLSA COM COURO DE JACARÉ, MAS NÃO EXISTE NENHUM ÓRGÃO QUE REPRIMA A CONFECÇÃO DA BOLSA-FAMÍLIA COM O COURO DA CLASSE MÉDIA!"


Prá fechar com chave de “ouro” (de tolo).

20 dezembro 2006

FELIZ NATAL !

À TODOS os amigos e visitantes do blog, desejamos, apesar de tudo, BOAS FESTAS e que tenham um FELIZ NATAL !

16 dezembro 2006

"FELIZ (?) ANO VELHO..."


"O PTB é que me dá cobertura. Ele (refere-se a Roberto Jefferson) me dá cobertura, fala comigo, não manda recado. (...) Eu não faço nada sem consultar. Tem vez que ele (Jefferson) vem do Rio de Janeiro só para acertar um negócio. Ele é doidão!"
Maurício Marinho, explicando sob ordens de quem arrecadava propinas dentro dos Correios.

"Estive com ele (Marinho) três ou quatro vezes, foi a meu aniversário no ano passado com Antônio Osório Batista, esse sim, meu companheiro de partido, por quem coloco a minha mão no fogo."
Roberto Jefferson sobre Maurício Marinho.

"Não sou mais o troglodita, uma espécie de fantasma da ópera, fantasma da Câmara. Usei revólver na cintura, pratiquei tiro ao alvo a minha vida toda. Eu era um troglodita, sim. Descobri isso na terapia que fiz para fazer a cirurgia (de estômago, para redução de peso). Hoje, melhorei, estou muito mais sereno, mais calmo. Hoje eu canto ao invés de dar tiros".
Roberto Jefferson em discurso no plenário.

"Faço isso mesmo que o partido diga que nessa circunstância não serei candidato".
Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), sobre sua assinatura no pedido de abertura da CPI dos Correios.

"Ele é um caso à parte. É hors-concours. Um político tão importante fazer isso... Estranho, né? Ele é um pouco estranho, mas é assim mesmo."
José Dirceu, sobre Suplicy ter assinado pedido de abertura da CPI, contra orientação do partido. Os outros políticos do PT que fizeram o mesmo foram punidos.

"O Zé [Dirceu] deu um soco na mesa: ‘O Delúbio está errado. Eu falei para não fazer'
Roberto Jefferson, sobre a reação do então ministro da Casa Civil quando foi alertado do "mensalão".

"Eu vi que o governo agiu para isolar o PTB. Vai ter que sangrar a cabeça de alguém na guilhotina, tem que haver carne e sangue aos chacais. A VEJA falou que sou o homem-bomba. E o que você faz com a bomba? Ou desativa ou faz explodir. Estou percebendo que estão evacuando o quarteirão, e o PTB está ficando isolado para ser explodido."
Roberto Jefferson, em entrevista à Folha, no dia 6 de junho de 2005.

"O PT desconhece esse assunto, nunca ouvi falar sobre ele, portanto nós estamos repudiando esse tipo de acusação conta o PT."
Presidente nacional do PT, José Genoino, sobre a existência do mensalão.

"Cortaremos na própria pele se necessário."
Lula, em sua primeira declaração depois das denúncias sobre o mensalão.

"O companheiro Delúbio tem o nosso apoio, a nossa confiança."
José Genoino, quando as denúncias do mensalão caíram sobre o tesoureiro do PT.

"Nesses mais de 30 anos de militância política, não acumulei vantagens."
Delúbio Soares, tesoureiro do PT.

"Esse dinheiro chega a Brasília, pelo que sei, em malas. Tem um grande operador que trabalha junto do Delúbio, chamado Marcos Valério, que é um publicitário de Belo Horizonte. É ele quem faz a distribuição de recursos."
Roberto Jefferson

"Ele está tentando se fazer de vítima, mas é preciso lembrar que ele é reú. Ele réu nesse caso."
José Dirceu sobre Roberto Jefferson.

"Foi como se ele recebesse uma facada. O presidente chorou, se levantou, me deu um abraço e me mandou embora. Vi um inocente desabar. Um homem de bem, simples, correto, que se sentiu traído."
Roberto Jefferson, sobre a reação de Lula ao ouvir sobre o mensalão.

"Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, vai fazer réu um homem bom. Sai rápido, Zé!"
Roberto Jefferson, em depoimento ao Conselho de Ética.

"Agora vou para a Câmara, vou para o PT e vou para o Brasil, percorrer o País para prestar contas à sociedade e mostrar as realizações do governo Lula."
José Dirceu, em discurso em que anunciou sua saída do Ministério da Casa Civil.

"Quem não ouviu falar (no mensalão)? Nas rodas de jantares, nas rodas de bares, no fundo do plenário. Eu apenas destampei, mas quero dizer que a bancada do PT não tem nada a ver com isso. Foi uma decisão de cúpula e eu entendo o motivo. É mais fácil alugar o deputado do que repartir compromisso de governo, pensar projeto de poder. É mais fácil."
Roberto Jefferson

"Depois que começar, ninguém segura. Todo mundo falava abertamente. Não tem volta. E eu vou ser o primeiro a ser cassado. Mas eu já sublimei o mandato. Cansei da política. Vou cantar, gravar um CD."
Roberto Jefferson, depois de pedir afastamento da presidência do PTB.

"O que ela quer são cinco minutos de fama."
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em respostas as denúncias que a ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira fez dizendo que ele usava indevidamente o dinheiro do partido e teria ainda negociado doação de 2 milhões de dólares do governo de Taiwan para a campanha de Lula, sob comissão de 20%.

"Ninguém tem mais autoridade moral e ética do que eu para transformar a luta contra a corrupção não em bandeira, mas em uma prática cotidiana."
Lula, em discurso sobre as denúncias contra membros do governo e de seu partido.

"Eu tenho medo, pânico, do José Dirceu. Ele é um homem sem coração."
Roberto Jefferson, no programa Roda Viva da TV Cultura.

"Antes de sair, Marcos Valério passava no andar do financeiro e saía com uma mala, na qual acredito que havia dinheiro. As reuniões eram com o pessoal do PT."
Fernanda Karina Sommagio, ex-secretária da empresa de publicidade SMP&B.

"Se tem um governo que tem sido implacável no combate à corrupção, desde o primeiro dia, é o meu governo."
Lula

"Mabel disse que me daria 30 000 reais por mês. Poderia chegar até a 50 000."
Deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), sobre o convite que recebeu do líder do PL na Câmara, Sandro Mabel, para mudar de partido.

"Há fazendeiros que simplesmente não aceitam cheque."
Marcos Valério, alegando que fez grandes retiradas em dinheiro para compra de gado e cavalos.

"Era um entra e sai de homens... e a Simone dizia que não agüentava mais passar o dia contando dinheiro."
Fernanda Karina, ex-secretária de Marcos Valério, sobre as viagens do ex-chefe a Brasília com outra secretária, Simone Vasconcelos.

"Ganhei este dinheiro fazendo negócios com verduras na Ceagesp."
José Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoino, ao tentar justificar os 450.000 reais em dinheiro com que tentava embarcar no aeroporto de Congonhas – 100.000 dólares estavam escondidos na cueca.

"Volto agora à rotina de um simples cidadão, o cidadão José Genoino Netto. E tenho de pensar agora como sobreviver."
José Genoino, ao anunciar sua saída da presidência do PT.

"Estou dizendo aqui que, na melhor das hipóteses, senhor Lula, o senhor é um idiota; na pior, o senhor é um corrupto. Chega dessa história de Lula não saber das coisas "
Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.

"O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente."
Lula, sobre o uso do caixa 2 em campanhas do PT, durante visita à França em 2005.

"Fiz tudo sozinho."
Delúbio Soares, sobre esquema de empréstimos ilegais para financiar as campanhas do PT.

"Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração todos aqui a conhecem?"
Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios, citando discurso de Cícero contra Catilina, um grande conspirador, durante depoimento de Delúbio Soares.

"Não vão jogar esta bomba no meu colo."
Marcos Valério, ao acusar a direção do PT de tentar lhe aplicar um calote.

"Não sou vítima nem cúmplice do meu marido. O sentimento que tenho é de que fui uma pessoa completamente passiva. Podia ter tomado mais participação nos negócios. Infelizmente, por opções que tomei, fiquei quieta em casa. Fui um pouco covarde."
Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza, mulher do empresário Marcos Valério.

"Houve um aporte de recursos numa ação paralela de fortalecimento da campanha, para reversão do quadro, mas que não era uma coisa institucionalizada nem dentro do PSDB, nem na campanha majoritária do governo à reeleição."
Narcio Rodrigues, presidente regional do PSDB de Minas Gerais, admitindo esquema paralelo de financiamento da campanha de Eduardo Azeredo em 1998.

"Os membros do PL não podem ser responsabilizados pelo que foi praticado por mim. É minha única responsabilidade. Por isso, me despeço do Plenário com a humildade dos que erraram"
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao renunciar ao mandato de deputado.

"É necessário que se separe com clareza gastos de campanha do "maldito mensalão."
Senador Eduardo Azeredo (MG), presidente nacional do PSDB, em comparecimento espontâneo à CPI dos Correios.

"Vossa Excelência provoca em mim os instintos mais primitivos."
Roberto Jefferson para José Dirceu, no Conselho de Ética.

"Me acusam de arrogância, mas eu nunca fui arrogante enquanto era ministro..."
José Dirceu

"Guardei aquilo para a acareação com o Zé Dirceu. E na hora, ele até falou fino."
Roberto Jefferson, sobre a acusação de o ex-ministro intermediar ajuda financeira da Portugal Telecom ao PT e PTB.

"É evidente que não vamos encontrar documentos escritos com a assinatura do presidente da República, mas é preciso?"
Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre o envolvimento de Lula com o mensalão.

"Lula não gosta de trabalho. Ele delegou o governo para o José Dirceu e foi viajar."
Do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)

"Sabíamos que era de caixa 2, mas não tínhamos opção."
Duda Mendonça, responsável pela publicidade do governo, sobre o pagamento de prestação de serviços para campanha de Lula.

"Eu sei o que fiz e o que eu não fiz. E eu estou muito tranqüilo."
Antonio Palocci, ministro da Fazenda sobre acusação do advogado Rogério Tadeu Buratti, seu ex-secretário na prefeitura de Ribeirão Preto, de que recebia propina de 50.000 reais por mês da empreiteira Leão Leão.

"Não tem conversa. Não serei uma rainha da Inglaterra. O partido precisa de uma ruptura."
Tarso Genro, presidente do PT, sobre a permanência de José Dirceu na chapa que concorria è presidência do partido.

"Isso é uma mentira. Ele é um canalha, safado! Esse homem não merece as calças que veste."
Severino Cavalcanti, respondendo ao empresário Sebastião Augusto Buani, que alegou pagar 'mensalinho' de 10.000 reais ao presidente da Câmara.

"Não assinei, mas se assinei é um contrato normal."
Severino Cavalcanti, tentando explicar a assinatura no documento que beneficiou o empresário que explorava restaurante no prédio da Câmara.

"O presidente Lula é uma espécie de Genoíno na Presidência da República, não sabe o que lê, não sabe o que assina, não sabe o que faz. S.Exca. é o Genoíno do Planalto, e deu a mãos erradas, a Luiz Gushiken e José Dirceu, a confiança que o povo do Brasil depositou nele. S.Exca. errou. O meu conceito do Presidente Lula é que ele é malandro, preguiçoso... O negócio dele é passear de avião. Governar que é bom ele não gosta."
Roberto Jefferson, em sua defesa no plenário, antes da votação para a cassação do seu mandato.

"A 'elitezinha' insuflou contra mim seus cães de guerra, alimentando a versão caluniosa de um empresário que precisava encobrir suas dívidas com a Câmara."
Severino Cavalcanti em discurso de renúncia ao mandato de deputado pelo PP.

"Fui consultado por Ralf Barquete, a pedido do Palocci, sobre como fazer para trazer 3 milhões de dólares de Cuba. Disse que poderia ser através de doleiros. Sei que o dinheiro veio, mas não sei como."
Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci, ao confirmar operação de ajuda cubana na campanha presidencial Lula.

"Eu peguei um avião de Brasília com destino a São Paulo com três caixas de bebida. Depois do acontecimento, fiquei sabendo que tinha dinheiro dentro de uma das caixas. Quem me disso isso foi Ralf Barquete. O valor era 1.400.000 dólares."
Vladimir Poleto, ao admitir participação no transporte de dinheiro para a campanha.

"Eu não me lembro de ter dados estas declarações. Mas se dei, elas são falsas, mentirosas e inverídicas."
Vladimir Poleto, em depoimento à CPI dos Bingos, sobre entrevista em que narrou detalhes de sua viagem de Brasília a São Paulo, na qual transportou as três caixas de bebida que continham - segundo ele próprio - 1,4 milhão de dólares, e depois negou tudo.

"Em todas eleições você fica com dívida para trás. Isso é natural. Procurei a pessoa que, no meu entendimento, tinha as condições efetivas de bancar as dívidas de campanha que ficaram para trás."
Anderson Adauto (PL), ex-ministro dos Transportes e prefeito de Uberaba (MG), em depoimento à CPI do Mensalão, no qual admitiu ter usado caixa 2 nas 11 eleições que disputou.

"Não me considero uma pessoa acima de qualquer suspeita"
Antonio Palocci, ministro da Fazenda, em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
"O Palocci é uma figura extremamente importante nesse momento político e econômico do Brasil. Por que mexeria no Palocci? Seria a mesma coisa que tirar o Ronaldinho do Barcelona."
Lula em entrevista a emissoras de rádio.

"Fristão, Fristão!"
Yves Hublet, de 67 anos, quando atacou o deputado José Dirceu a bengaladas na Câmara. Fristão é personagem da obra Dom Quixote, de Miguel Cervantes, descrito como um "diabo muito sábio" e um "feiticeiro mau", que também pode ser interpretado como "farsante”.

"Cheguei a um ponto em que a minha situação se transformou em agonia, em degola, em inferno, em fuzilamento político... Não quero misericórdia. Não quero clemência. Tenho repetido para cada um e cada uma de vocês: Quero justiça !"
José Dirceu, na tribuna da Câmara antes de ser cassado.

"São uns aloprados."
Lula, em referência aos assessores seus e do PT que foram presos pela PF comprando um falso dossiê.


(Nota do blog: jamais nos esqueceremos...)

14 dezembro 2006

A REPÚBLICA DA MEIA-BOCA



O ano de 2006 marcou o cinqüentenário da indústria automobilística brasileira.
Em 1956 o Brasil vivia um momento ímpar.
Tínhamos na Presidência da República um sujeito interessantíssimo, chamado Juscelino Kubitscheck, que prometia fazer em cinco anos o que qualquer outro faria em cinqüenta.

O Brasil era o país do futuro, todos os sonhos eram possíveis.
Naquele final de década, o mundo aplaudia a Bossa Nova no Carnegie Hall, a televisão dava seus primeiros passos, Brasília era inaugurada. E mais: os brasileiros eram campeões mundiais de futebol.
E de basquete também.
Uma tenista – Maria Esther Bueno – vencia em Wimbledon.
Eder Jofre consagrava-se campeão mundial de boxe.
E uma porção de gente fazia acontecer, transformando sonhos quase impossíveis na Embraer, na Embrapa, na Petrobrás e em tantas empresas de sucesso. Era fascinante ver a coragem, o senso de oportunidade, a visão dos empreendedores brasileiros.

E a evolução tecnológica nessas cinco décadas?

Um assombro!
Mas... tem algo hoje que incomoda. E os empreendedores? Cadê aqueles malucos visionários e corajosos? Cinqüenta anos depois, cadê a indústria automobilística genuinamente brasileira?

O gato comeu.

A indústria automobilística brasileira não é brasileira. É global, com objetivos e prioridades definidas nos Estados Unidos, na Alemanha, na França e no Japão.

A genuína indústria automobilística brasileira limita-se hoje à Troller, a fábrica dos jipes 4 x 4 no Ceará.

As outras? Morreram.

Puma, Gurgel, Miura, Engesa...

Criações de empreendedores corajosos que foram tratados como loucos, idealistas inviáveis. Mas quando examinamos essa “loucura inviável” de uma perspectiva de cinqüenta anos, parece que há algo errado. Só para comparar com quem está na moda: em 1956, enquanto fabricávamos nossos primeiros automóveis no Brasil, os chineses andavam de carro de boi. Os hindus, de elefante. Os coreanos, a pé, em estradas destruídas pela guerra.

Esses países eram conhecidos pela miséria industrial, política, econômica e social. Gigantescos fracassos, países da fome e da miséria, que se apagavam diante da exuberância de um Brasil emergente.

Qualquer um apostaria em nós!

Pois acaba de ser divulgado que os chineses estão trazendo uma fábrica de automóveis para o Brasil. E que está planejada para os próximos meses a importação de carros chineses – e até indianos.

Da Coréia, então, nem se fala!
Importamos tecnologia de quem andava de carro de boi quando já fabricávamos carros no Brasil. Levamos cinqüenta anos para inverter as apostas. A conclusão é que os "loucos" chineses, indianos e coreanos são mais viáveis que os nossos.

As pesquisas que se vêem apontam o renascimento do empreendedorismo no Brasil. Mas é um empreendedorismo diferente.
Não é o mesmo daqueles "loucos" de cinqüenta anos atrás.
A maioria do empreendedorismo brasileiro deste começo de milênio é o do sujeito que precisa vender o almoço para arranjar o que comer no jantar.
É o empreendedorismo da necessidade, das expectativas apenas razoáveis, geradas por carências básicas.

E é aí que o "bicho pega".

A expectativa dos "loucos" chineses, indianos e coreanos é de conquistar o mundo, como queriam os brasileiros há cinqüenta anos atrás.

A expectativa dos normais brasileiros de 2006 é ter um "dinheirinho pra comprar um carrinho". De preferência chinês, que é mais baratinho. E até bonitinho.

É a expectativa de quem vive na média.
Acostumado com o que é meio-bom, meio-suficiente, meio-competente, meio-confortável, meio-saudável.

É a expectativa de quem é meia-boca.

De quem não percebe que meio-bom é, também, meio-ruim. Meio-honesto é meio-desonesto. Meio-competente é meio-incompetente, meia-verdade é meia-mentira.

Qual dessas metades você prefere?

E assim, na república da meia-boca, cai o avião da Gol e o caos toma conta dos aeroportos, o PCC reina quando quer, as chuvas inundam São Paulo (e agora Minas Gerais, também), as estradas são um buraco só, os juros são os mais altos do mundo, a educação é uma piada (só a Saúde é “quase perfeita”).

E o povo indignado faz cara de espanto, esbugalha os olhos e exclama diante da televisão:

- Mas como?


E então, certos de que fizemos “o que dava”, “o que era possível”, voltamos à nossa vidinha das expectativas médias.
Resignados como bovinos.

Querem saber de uma coisa? Chega de se contentar com a metade.
Quero o Brasil inteiro.

Mas é bom nos apressarmos.
Os chineses também querem!

(autoria desconhecida)

10 dezembro 2006

VIOLÊNCIA DO ESTADO (2)

(continuação)





O anti-semitismo do regime nazista já povoava o ideário de seu líder – Adolf Hitler – desde a década de 20, ocasião em que chegou a publicar um livro (Mein Kampf).


De 1933 a 1938 começam as restrições ao povo judeu, cerceamento da liberdade de locomoção, restrições de acesso à saúde – médicos judeus só podiam atender pacientes judeus e vice-versa.



A partir de 1938 o regime intensifica a retaliação com o confisco de propriedades dos judeus e a venda dessas mercadorias nos “mercados”, algo como uma feira-livre, para o povo alemão – restrição ao direito de propriedade.



A Polônia, país com a maior concentração judaica na Europa, é invadida em 01 de setembro de 1939 e totalmente dominada em pouco mais de um mês. A partir de então o exército regular alemão (Wehrmacht) invade a Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda e a França, em junho de 1940. A política, então, já era de extermínio direto de judeus, mas era uma “eliminação no varejo”, portanto, onerosa.



Surgem os “guetos” em algumas cidades como solução para concentração dos judeus, dentre os quais comentaremos o da cidade de Varsóvia para expor a política anti-semita do III Reich.

Confinados nesses “condomínios fechados”, verdadeiras prisões em área urbana, os judeus passam a sofrer as maiores degradações já vistas na história, a ordem social é descaracterizada para o povo judeu, a violência estatal abate-se sobre a população dos “guetos” colocando-os à margem da sociedade – a exclusão social.

O sentimento de imprevisibilidade abate-se sobre a população oprimida, com redução da auto-estima e o terror a assombrá-los diariamente.

Numa alusão a Aristóteles, já descrita anteriormente, o povo judeu torna-se um somatório de indivíduos medrosos.
A população do “gueto de Varsóvia”, diante da opressão, da escassez e do medo da morte violenta, inicia uma rebelião com tentativas de fuga e desordens pontuais nos portões da barreira que o cercava. Esse fenômeno entra para a história como o “levante de Varsóvia” e as conseqüências são catastróficas, como se apresenta no relatório transcrito do site Varsóvia Online (http://www.varsovia.jor.br):



Relatório do SS Brigadenführer Stroop
após a "vitória" sobre o gueto de Varsóvia
No dia 19 de abril, às 8 horas, assumi o comando das forças incumbidas de sufocar o Levante do Gueto,
que teve início no mesmo dia, às 6 horas.
Quando penetramos no gueto os judeus conseguiram nos repelir com fogo cruzado bem preparado. Os nossos comandos, inclusive tanques e carros blindados foram obrigados a recuar. A resistência dos judeus e bandidos só poderia ser contida com as nossas respostas enérgicas, durante o período diurno e noturno ...
Portanto ordenei destruir e incendiar o Gueto...
Os judeus permaneciam e atiravam dos prédios em chamas e só saltavam das janelas e telhados quando o calor se tornava insuportável. Alguns, após cair, com os ossos partidos tentavam atravessar a rua, rastejando, sem largar as armas e atingir os prédios intactos.
Muitos judeus escondiam-se nos esgotos. Para expulsa-los lançávamos bombas de gás lacrimogêneo e granadas de mão. Muitos judeus foram capturados. Muitos morreram com as explosões nos esgotos e abrigos.
Quanto mais demorava a resistência mais violentos se tornavam meus homens. Tanto da SS, como da polícia e Wehrmacht. Mas sempre cumprindo meu dever de modo exemplar...Graças aos meus homens, conseguimos desentocar 56.065 judeus cujo extermínio pode ser comprovado.
Esse total não inclui os judeus que perderam a vida nas explosões e nos incêndios, o que é impossível de calcular.
Com a destruição da Sinagoga de Varsóvia, no dia 16 de maio de 1943, às 20:15 horas, foi terminada a tarefa de liquidação do Gueto.
O Gueto não existe mais!

Assinado SS Brigadenführer
Jurgen Stroop



Löic Wacquant (As prisões da miséria, 2001) em sua pesquisa sobre a quebra da democracia pela redução da dimensão social do Estado a partir do fim da 2ª Guerra Mundial, mostra-nos a convergência entre dois fenômenos :


1. redução do estado social e do estado econômico:
· o encolhimento dos regimes de proteção social;
· retração do estado na esfera econômica passando tal encargo ao mercado – privatizações;
· banqueiros na direção dos Bancos Centrais.


2. aumento do estado penal:
· aumento da população carcerária – um pesado fardo financeiro;
· a privatização das prisões estimulando interesses no aumento da massa carcerária;
· privatização da segurança.



Visualizando graficamente essa convergência podemos representar:






Fica inequivocamente comprovada a transformação da ordem social, de um modelo para o outro, sendo mostrada a redução dos investimentos, nos EUA, ano após ano, na rede de proteção social (sistema previdenciário, educação, saúde...) e a contrapartida no aparelhamento da polícia, no sistema de justiça criminal e no sistema carcerário.



Há que se fazer uma crítica séria a política pública de “tolerância zero” dos EUA, donde se pode abstrair as seguintes observações:



1. custos sociais – política orientada totalmente para a quantificação da incidência criminal;

2. a política de “tolerância zero” tenta provar que é possível “enxugar o gelo de forma eficaz”;

3. atribui o bom desempenho policial à redução dos índices de criminalidade.



Essa política pública decorre da contribuição decisiva dos "think tanks" (algo parecido com institutos de pesquisa), provocados a produzir estudos que apresentassem propostas de solução para os problemas dos imigrantes, da população de rua, dos negros, enfim, dos pobres – os excluídos financeiramente - que residem nos grandes centros, particularmente na cidade de New York. O viés dessa doutrina é a teoria da “vidraça quebrada” (broken window).


O prefeito Rudolph Giuliani atribui a desordem social à proliferação dos pequenos passadores de drogas, aos mendigos, às prostitutas e aos pichadores estabelecendo as áreas da cidade onde esses “inimigos sociais”
se concentram maximizando nesses locais as atividades policiais repressivas.

É a penalização da miséria.

O Estado Penal, de conformidade com o modelo norte-americano, traduz-se:

1. numa política de criminalização da miséria;
2. na imposição do trabalho assalariado precário como obrigação cívica.

Comparativamente com o Holocausto vivido pelos judeus sob o jugo do III Reich, pode-se observar alguma parecença:

Holocausto
1. inimigo(alvo):
judeus

2. espaço físico: guetos e campos de concentração

3. política pública: exclusiva pela eliminação física

Tolerância zero

1. inimigo(alvo): traficantes, prostitutas, mendigos, negros e imigrantes latinos

2. espaço físico: áreas críticas (bairros urbanos)

3. política pública: exclusiva - pela criminalização e encarceramento.


E ainda existem aqueles que defendem a adoção de tal política aqui no Brasil.

Só a título de esclarecimento, registre-se que países como Holanda, Bélgica, Inglaterra e França tentaram na década de 90 copiar o modelo norte-americano e enfrentaram violenta rejeição por parte da sociedade, abandonando-o logo após alguns meses de implantação.

O “Tolerância Zero”, no modelo americano, transforma o encarceramento de pessoas em “business”, pois as prisões privatizadas são empresas produtivas e necessitam cada vez mais de “mão-de-obra”. Isso tudo aliado a um governo que retira cada vez mais do orçamento os benefícios sociais, temos um resultado perverso com o aumento do número de desempregados, ou subempregados, e conseqüentemente excluídos da rede de proteção social – passíveis de serem “recolhidos à prisão” por vadiagem ou pequenos delitos – prostituição, furto, pichadores, etc; segundo Wacquant.

Assim, de forma cronológica e pontual, evidencia-se a violência do Estado ao longo da História, sem contudo sequer ter havido a pretensão de esgotar o assunto, pois ficaram margeando o estudo os regimes ditos “de esquerda” – onde sem dúvida a crueldade do Estado tem registros bastante consistentes – exceção feita tão somente em relação ao nazismo.

Por derradeiro deixo um tema à reflexão: "a democracia é um modelo frouxo, permeável, flexível, elástico e amorfo; entretanto é o único que garante e assegura a vida, a liberdade e a propriedade a todos contra a opressão do Estado e de seus representantes."

Muito Obrigado!


06 dezembro 2006

VIOLÊNCIA DO ESTADO




O tema violência é um segmento do campo da ordem humana; pensadores gregos do século V a.C. analisavam o fenômeno, questionando a sua origem natural.



Até então a ordem social advinha dos Deuses, cabendo aos sacerdotes e pitonisas a interpretação das leis divinas e sua transmissão ao povo.



Sólon e Clístenes propõem uma nova forma de organização da cidade – Atenas – baseada na isonomia dos cidadãos, ou seja, cada cidadão representando um voto e a Ágora como a assembléia de todos os cidadãos.
Naquele local a ordem era anunciada após profunda análise dos fatos sociais pelos cidadãos eleitos; dessa forma evoluiu a cidade na construção da ordem social, deixando de ser um fenômeno da natureza, a qual advinha dos Deuses e chegava aos homens através dos sacerdotes e pitonisas, passando a ser estabelecida pelos próprios cidadãos.


Ocorre que Atenas, ainda incipiente como cidade, excluía as mulheres, os escravos, os jovens e os estrangeiros (não naturais), do conceito de cidadão. Tão somente aqueles que tinham mais de 30 anos e eram proprietários de terras poderiam concorrer aos cargos eletivos - era uma sociedade aristocrática.


Platão, discípulo de Sócrates, passa vê com horror essa sociedade onde outros pensadores, além dos filósofos, podem vir a estabelecer a ordem na sociedade; como por exemplo os sofistas, através da sua retórica e persuasão.


Assim ocorreu quando esta sociedade, na cidade de Atenas, condenou à morte seu mestre Sócrates; logo ele – o mais sábio – que deveria possuir todo o poder por deter o conhecimento é sacrificado, condenado a beber veneno. Para Platão o controle social – a ordem – e o poder de estabelecer suas regras deveriam estar nas mãos dos reis-filósofos; a ignorância, esta sim, deveria ser eliminada e junto com ela o livre pensamento. Para tanto a educação deveria ser estatal e seu objetivo seria de evitar que os membros daquela sociedade assimilassem outra cultura.

Na sociedade de Platão não havia espaço para os poetas, pois estes contavam a história e falavam de outras civilizações.


Aristóteles vê a sociedade como uma totalidade complexa, um leque de variedades sociais, culturais, éticas, valores... que se mantém unida porque seus integrantes – os homens – são seres gregários e essa variedade é conectada pela política.


Tentou mostrar a sociedade pelas suas agregações e a primeira delas é a família, seguindo-se a reunião de famílias até evoluir para o Estado ou Politeia, este entendido como o conjunto de pessoas que vivem sob a mesma ordem, a mesma lei.


O pior dos mundos para o filósofo grego era aquele que reunisse um poder político concentrado e uma ética social insolidária, dissolvida - chamar-se-ia Tirania ou Despotismo - um Estado onde a supressão do social é tão intensa que o povo torna-se um somatório de indivíduos medrosos (qualquer paralelismo não será mera coincidência).


A História mostraria, séculos mais tarde no Holocausto dos judeus pelo nazismo, um mundo bem mais horrível que este imaginado por Aristóteles, um mundo onde o poder não só subjuga uma etnia para tirar proveito próprio, mas para de forma sistemática e planejada, exterminá-la através da eliminação física em massa de seus integrantes.


A democracia direta de Atenas evolui até a democracia indireta na atualidade, passando, contudo, por várias etapas que foram interpretadas e pesquisadas por filósofos e pensadores ao longo dos séculos.


Nicolau Maquiavel em “O Príncipe” prega como o poder se sustenta no emprego proporcional da força e da astúcia, embora possa não ter sido seu objetivo prioritário, ensina ao soberano como se preservar no poder e como levar a bom termo uma conspiração. Relata suas experiências de vida política na cidade, onde o “mal” é mais significativo e real do que o “bem”; contrapõe-se à teoria de Aristóteles para quem a vida humana podia ser estruturada como uma hierarquia entre bens e fins.


Foi o primeiro dos mestres da suspeita, retirando a máscara da inocência e trazendo a reflexão do mundo para a visão clara do realismo. Na cidade de Maquiavel o povo é bom, inocente, mas por um viés negativo, ou seja, seu desejo é não sofrer a opressão imposta pelos “poderosos”, pelos dominadores. É justamente neste ponto que “O Príncipe” ensina ao soberano a dosar o uso da força e da astúcia a fim de perpetuar-se no poder.


"Não provoque seu inimigo, mas se tiver uma chance real de sobrepujá-lo empregue toda sua força e mate-o."


Maquiavel não acredita que humanos sejam animais políticos; humanos são egoístas e só se aproximam de outros para obter vantagens, seja isoladamente ou em grupo. No mundo de Maquiavel a ética não é fundamental, o que causaria horror a Aristóteles, e o espaço humano é de predação.


Conforme sua lógica nenhum poder político é estável por natureza e a busca pela estabilidade é uma constante. Contesta os Estados controlados pela Igreja pois estes governam da mesma forma que os demais – não religiosos, ou seja: usam a força, a guerra, a mentira, a astúcia. Daí entendermos sua teoria como realista.


A partir do século XVII, quando a doutrina política de Thomas Hobbes surge no “Leviatã” (1651), o governo, através da monarquia absolutista, representa a garantia da vida para os homens. Para tanto parte de duas perguntas para essa conclusão:


1. Quem somos nós?
· somos seres egoístas, nos afastamos da dor e do sofrimento e buscamos o prazer;
· o prazer – representado por coisas e pessoas – não pode ser ilimitado, pois só pode ser obtido no convívio comum;
· logo a vida social é restritiva pois o prazer não é ilimitado.

2. Que mundo é esse? Onde estamos?

. é o mundo da escassez, sempre faltam os objetos do prazer;
. predominam os conflitos pela busca do prazer, o qual não está disponível para todos;
. o homem é o lobo do homem.


Para Hobbes, se não houvesse governo, nem leis, cada um poderia valer-se de qualquer meio para obter seu prazer. Muitas mortes violentas ocorreriam cotidianamente por conta disso, portanto reforça sua doutrina de governo como forma de preservação da vida.


Quando uma comunidade consagra um conjunto de normas que venham a limitar os meios tem-se o princípio de ordem e direito , conseqüentemente aumenta-se a preservação da vida.


Justamente o medo da morte violenta, da qual pode ser vítima pela busca do prazer de outro indivíduo ou grupo, leva o homem a estabelecer um governo, um conjunto de normas sociais restritivas e limitadoras, que lhe preserve a vida.


Assim ergue-se o “Leviatã”, posto que o homem no seu estado de natureza não teria limites para afastar de si a dor e o sofrimento e buscar sempre o prazer.


No final do século XVII, John Locke atenua a teoria de Hobbes e diz que o Estado é nosso “funcionário”. Tem de preservar nossa vida, nossa liberdade e nossos bens (propriedade), se não o fizer devemos derrotá-lo pela revolução. Vale dizer, o poder tem limites.


Suas idéias partem de três princípios:


1. nenhum governo dispõe de informações totais da sociedade;


2. todo governo tem que definir prioridades, pois não pode atender simultaneamente a todos;


3. qualquer definição de prioridade é de arbítrio do governo, portanto pressupõe uma relação de não prioridades e sofrem, conseqüentemente, questionamentos: “o governo fez isso, mas poderia fazer aquilo...”


A característica do liberalismo político de Locke é a capacidade de restrição do poder político. É diferente portanto do liberalismo econômico, que representa um mundo aberto aos negócios.


O liberalismo político adentra o século XX onde se destaca Max Weber e sua teoria da política como vocação humana. O Estado é o agente que detém o monopólio do uso da força física num determinado território. Nas sociedades, segundo sua lógica, existe objetividade, representada por um esforço compartilhado; sua teoria política é descritiva e prescritiva. As idéias do É (descrição) e do DEVER SER (prescrição) não são separadas, mas interdependentes. Só tendo a idéia de como DEVE SER é que posso definir como É – referindo-se a ordem política numa sociedade.


Sinteticamente podemos estabelecer alguns conceitos úteis para uma reflexão :


1. Ordem – conjunto de normas sociais, conhecidas e aceitas, que regulam uma sociedade.


2. Previsibilidade – característica inerente ao povo em relação ao poder ao qual está submetido. É um conceito fortemente vinculado ao de ordem.


3. Violência – a exacerbação do uso da força, inerente ao Estado, sobre o povo.

(continua...)

04 dezembro 2006

LISTA DE "DEPENDENTES" DO IRPF



Todo ano é a mesma coisa; na "hora do Leão" surge a dúvida: "quem e quais" são os meus "dependentes" na hora de preencher a "Declaração de Ajuste Anual"?

Eu, assim como muitos brasileiros que vivem de salário, também estou muito preocupado com a "quantidade" de "dependentes" !


Você já atualizou a sua lista de dependentes do IR ?

Não ?

Então pode copiar da minha.

Esqueci de um "monte" deles... você pode lembrar e acrescentar q.s.p.

DECLARAÇÃO ANUAL DE RENDIMENTOS - PESSOA FÍSICA
RELAÇÃO OFICIAL DOS MEUS DEPENDENTES:

01) Governo Federal - IR, CPMF, CIDE etc.;

02) Governo Estadual - IPVA, ICMS etc.;

03) Governo Municipal - IPTU, TRSD, ISS, etc.;

04) INSS - Contribuição previdenciária;

05) Conselho Regional Profissional - Contribuição anual;

06) Sindicato da Categoria Profissional - Contribuição anual;

07) DMAE/COMLURB - Contas de água e esgoto (consumo mínimo) e taxa de coleta de lixo;

08) CEEE/CEG - Contas de luz e gás (consumo mínimo);

09) Telefonica/BrasilTelecom/TIM/ CLARO /VIVO celular (exceto OI-Telemar, por favor!)- Assinatura mensal;

10) Plano de Saúde - Mensalidade;

11) Detran - Licenciamento anual de veículo, transferência e renovação de carteira de habilitação;

12) Contran - Taxa de inspeção veicular;

13) IRB - Seguro automotor obrigatório;

14) Concessionárias de estradas de rodagem - Pedágios;

15) CET/DSV/ESTAR - Talões de estacionamento;

16) Terminais aeroviários, portuários e rodoviários - Taxa de embarque, de uso dos sanitários, de bagagem e de estacionamento ;

17) Instituições financeiras - Taxas de administração e manutenção de contas correntes, renovação anual de cartões de crédito, requisição de talões de cheque, cheque de valor inferior, etc.;

18) Tomadores de conta de veículos, guardadores de lugar em filas, cambistas diversos, flanelinhas e vendedores de semáforos - caixinha, cafezinho etc.;

19) Carteiro, lixeiro, varredor de rua, leitores de relógios, frentistas e entregadores de contas - Páscoa, Natal, Ano Novo etc. (estes estarão excluídos da minha "lista" pois não receberão mais suas "propinas").


E, ainda e principalmente, 567 deputados e 81 senadores, com as respectivas CORJAS (ou assessoria, o que dá no mesmo).

A dúvida está no título:
esta é a LISTA DE DEPENDENTES DO IRPF ou a
LISTA DE VAGABUNDOS QUE SOU OBRIGADO A SUSTENTAR?

02 dezembro 2006

OUTRASLETRAS ADVERTE: "O EXCESSO É ALTAMENTE PREJUDICIAL ..."



Empresários deixam a Venezuela; comida é estocada


Sábado, 2 de dezembro de 2006, 16h45
Bob Fernandes
Enviado especial à Venezuela


Altos executivos de multinacionais deixaram o país nas últimas 72 horas. Por temor ao "depois". Nos supermercados, por temor ao "depois", filas, para estoque de mantimentos, até o início da madrugada.

O Ministério da Defesa comunica que tudo está sob controle.

Os jornais alardeiam, "tudo pronto". Nas ruas de Caracas, outdoors, milhares de galhardetes nos postes, e um estranho silêncio.
Amanhã, domingo, Hugo Chávez e Manuel Rosales batalharão junto a 16 milhões de eleitores pelo controle da Venezuela.

(leia aqui)

Este é o “companheiro Chavez”, o amigão do Lula !


Este é o “democrata Chavez”, Presidente do país ao qual Lula “outorgou” a menção de “o excesso de democracia”.


Pobre Venezuela... pobre Brasil...

O blog ADVERTE: este tipo de "excesso" (bem como outros mais comuns por aqui) é altamente nocivo à saúde de toda a população !