30 dezembro 2007

2008 - ANO NOVO ?

Como podemos desejar uns aos outros um "FELIZ ANO NOVO"?
Qual exercício elucubratório temos que realizar para imaginarmos que o "ano será novo", ou ainda: que será "feliz"?
Basta vermos as imagens a seguir, relembrar os fatos que simbolizam, para projetarmos o quão "velho" e "infeliz" será (ou serão)o ano que vem e os seguintes.
















Sinceramente gostaria de poder dizer à todos: FELIZ ANO NOVO!

Mas francamente a única coisa que posso comemorar, diante de tais fatos é: ADEUS ANO VELHO (e não volte, nunca mais)!

22 dezembro 2007

FELIZ NATAL À TODOS !



À todos os meus AMIGOS e aos eventuais leitores deste blog, meus sinceros votos de Boas Festas e um Feliz Natal junto a todos que lhes sejam queridos!

18 dezembro 2007

A VITÓRIA DO DIREITO CONSUETUDINÁRIO É A DERROTA DA ÉTICA E DA MORALIDADE !



Diante deste longo período de obscurantismo na História do Brasil, temos que amargar a indignação, mas não a surpresa, com os fatos que levaram o país ao atraso e ao subdesenvolvimento.

Em um país onde o "jeitinho" é sufragado como orgulho nacional, o que poderíamos esperar?

O que é o sanguessuga (não é “sanguessunga” não, viu?), para quem paga pra furar a fila no INSS?

O que é o dossiê, para quem faz gato da tv a cabo do vizinho, da energia do poste, “fura” o cano de água ou desvia o acesso antes do hidrômetro?

O que é mensalão, para quem paga propina pro policial pra não levar multa?

Qual o problema de legalizar o aborto, se tem tanto brasileiro assassino solto por aí?

Qual o problema do presidente vender a Amazônia, se muitas mulheres e crianças vendem o próprio corpo pra se sustentar?

Qual o problema do Executivo usar dinheiro do orçamento para financiar as FARCs, se muitos dos nossos jovens são os maiores "acionistas" do narcotráfico?

Qual o problema de explorar os filhos, no trabalho escravo, se mesmo assim as famílias ganham Bolsa-Família?

Qual o problema de não haver saneamento básico para todos se muitos de nós jogamos lixo na rua e nos córregos.

Qual o problema de superfaturar obras, se aqueles que o elegeram sonham chegar o dia de poderem fazer o mesmo?

Qual o problema de haver tantas crianças fora da escola se para ser presidente basta ter a 4a série?

Qual o problema de os governantes tentarem tirar vantagem em tudo se estes cidadãos sempre tentam o mesmo?

É por essas coisas e outras mais, que não me espanta este tipo de brasileiro ser tão tolerante com esses governantes.

Tão somente o costume virou lei.

É a sagração do Direito Consuetudinário !


O que parece ser surpreendente são aqueles que insistem em dizer não a esse tipo de Brasil e de brasileiro. Que, mesmo não tendo certeza que o outro candidato a presidente seria o melhor do Brasil, votou pela dignidade, votou pela moral, votou pela ética, votou porque não aceita esse “jeitinho brasileiro”. E esses 40 milhões são, na verdade, os que saíram vencedores. Porque não se venderam por tão pouco (promessas ocas, para a maioria) e disseram não a todas as coisas erradas, disseram sim a moral e dignidade, embora cônscios de sua vã ideologia !

Pena que tenham de sofrer junto com aqueles que acreditam no “Papai Noel dus pobri”.


17 dezembro 2007

BLOGAGEM COLETIVA

Esta é a forma que o autor do Blog encontrou para melhor divulgar este episódio, que requer pronta resposta da Justiça brasileira haja vista já se arrastar por longos 10 anos.
À esta mãe e toda a família da jovem Flávia: nosso apreço e solidariedade.


RALOS DE PISCINAS - EXIJA FISCALIZAÇÃO!

Texto escrito pela mãe de Flavia. Uma mãe que há quase 10 anos sofre, não só com o sofrer da sua própria filha, Flavia, mas, sobretudo, com a lentidão da "justiça" no Brasil.


"Este blog existe, porque minha filha Flavia, que em poucos dias completará 20 anos de idade, está em coma vigil há quase 10 anos desde que um acidente com RALO DE PISCINA lhe interrompeu a infância saudável. Este blog existe porque o acidente acontecido com Flavia já havia acontecido com outras crianças e continuou a acontecer, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, Na França, na Rússia...E este blog existe porque apesar da ação devastadora dos acidentes causados por ralos de piscina, locais e empresas responsáveis pela venda, instalação e manutenção desses ralos que compõem os sistemas de sucção de piscinas, continuam indiferentes à sorte das vítimas, continuam na impunidade, mesmo muitos anos depois da ocorrência das tragédias.É preciso urgência na fiscalização da venda, instalação e manutenção dos sistemas de sucção de piscinas. É preciso punição exemplar para quem cometeu ou venha a cometer negligências com a segurança dos sistemas de sucção de piscinas. É preciso cobrar agilidade da justiça na proteção das vítimas.Como eu disse no post anterior, sozinhos fica difícil, mas juntos, somos poderosos. Por isso, peço a adesão de vocês na blogagem coletiva que estará acontecendo no próximo dia 17 de Dezembro, para aumentar a visibilidade da história de Flavia que é apenas um exemplo, não só no Brasil mas no mundo, da negligência, da impunidade e do desrespeito aos direitos humanos de todos nós.

EM TEMPO: A empresa fabricante do ralo de piscina que causou o acidente que deixou Flavia em coma irreversível e que até hoje não foi condenada pela justiça brasileira a indenizar Flavia, conforme venho mencionando em posts anteriores, é a JACUZZI DO BRASIL

FLAVIA,VIVENDO EM COMA

Muito obrigada.

Odele Souza "


Veja aqui.

15 dezembro 2007

3ª PARTE - OS NEO-EXCLUÍDOS “MADE IN BRAZIL”

Agora estamos entendendo as diferenças conceituais entre as três categorias das iniqüidades sociais : a desigualdade, a pobreza e a exclusão.


Então, talvez, não soe como absurdo o fato de admitirmos que a desigualdade, dentro de determinados limites – quais sejam o da indigência – não se constitui nenhum problema para a sociedade moderna. Em termos moderados, é, na realidade, um de seus componentes, legítimo, essencial e benéfico. A desigualdade entendida como forma natural de estratificação social, pois seres humanos são iguais biológica e fisicamente, também devem ser iguais juridicamente quando vivem em sociedade, mas não se pode pretender igualar suas habilidades pois estas dependem do intelecto e do individualismo de cada um.

Caso contrário como construir um prédio só com engenheiros?

Ou, ao contrário, somente com os serventes de pedreiro?

E os eletricistas?


Por outro lado, se a pobreza relativa é um simples e puro reflexo da desigualdade – a pobreza absoluta tem outra conotação e autonomia – a sua existência não constitui – em si – uma ameaça para a sociedade contemporânea. Isso na medida em que for temporal, circunstancial.

No ideário da sociedade moderna – não confundir com a nossa triste realidade – há momentos de grande inovação tecnológica que geram desempregos e conduzem grupos sociais significativos a situações de miséria, mas logo se desfazem com a disseminação das novas tecnologias e a preparação para recolocação do grupo nos novos postos de trabalho.

Para enfrentar esses momentos a sociedade moderna criou mecanismos de proteção social, dentre os quais podemos destacar o auxílio-desemprego.

Inversamente à pobreza, a exclusão social, enquanto expulsão de grupos sociais do espaço da igualdade, se constitui um problema para a sociedade moderna, pois se opõe frontalmente ao seu ideário.

Se a democracia da Grécia antiga excluía escravos, mulheres, estrangeiros e os não-proprietários de terras, sendo portanto restritiva, a democracia moderna está assentada no princípio de que todos os homens são iguais, assim, membros de direito do espaço público da gestão dos bens comuns, é, dessa forma, abrangente e inclusiva.
Sendo assim, a exclusão, na segunda acepção e, sobretudo, na terceira, é uma ameaça real e constante, não só para os grupos de excluídos, senão para a própria democracia que tenderá à ruína pela implosão de suas bases.
Ela é, a exclusão, uma ameaça constante pois paralelamente a existência de espaços iguais e a inexistência de exterioridade, expulsa ou impede o ingresso de determinados indivíduos na esfera da igualdade, negando-lhes o direito à lei única, ao mesmo tempo em que cria um ambiente exterior inadmissível para a modernidade que se pretendeu ser universal.

A constituição da exclusão social é hoje a maior ameaça a construção da sociedade moderna, uma ameaça direta ao seu ideário de igualdade, que Montesquieu denominou “convenção fundante”. E sua repulsa está presente na condenação, e mesmo rejeição, aos regimes excludentes que se criaram ao longo do século XX, como o anti-semitismo na Alemanha nazista e o apartheid na África do Sul.

Mas afinal, quem são os neo-excluídos?

O “Estado-mamute”, conforme configuração dada pelo atual governo, é, por mais paradoxal que possa parecer, o maior promotor da nova classe de excluídos.

A democracia moderna, principalmente sob a forma do presidencialismo representativo, pressupõe um chefe do executivo eleito por uma maioria mas que governe para todos os cidadãos, aí incluídas as minorias. Ser eleito com 53 milhões de votos não pode significar um governo voltado para 53 milhões de indivíduos, senão de que forma viverão os restantes 135 milhões de habitantes? Mas nem isso o PT faz.

A “nova ordem” do PT exclui os “não-petistas”. Se por um lado os adeptos e militantes do regime são os “escolhidos”, a outra face é a da exclusão de direitos, pois seus indivíduos são “desnecessários” como seres políticos, mas tão somente como “contribuintes” para a manutenção do “Estado-mamute”. Não que se pretenda, de forma demagógica, “incluir a todos” neste “paquiderme”, mas tão somente que não existam as diferenças de tratamento entre os “do PT” e “o resto”.


Estes são os neo-excluídos, indivíduos que preferem viver num país onde se possa, através da capacidade pessoal e produtiva, ascender numa gradativa escala social, mesmo sabendo e admitindo que existirão aqueles que, embora dotados das mesmas oportunidades não o façam. Não se admitem, por exemplo, sublimar seu potencial e estagnarem na tabula rasa que se impõe pelo assistencialismo do governo. Sinais não faltam de que caminhamos a passos largos e acelerados para o atraso e o subdesenvolvimento – o regime de cotas nas Universidades públicas e os programas assistencialistas da “esmola oficial” são exemplos claros da neo-exclusão. O regime de cotas exclui porque, ao contrário da universalidade das regras gerais, preconiza a partição para determinado grupo – isso apenas para tratarmos o assunto de forma genérica, haja vista ser tema para inúmeros debates.

A “esmola oficial” reduz à condição de “dependente social” indivíduos produtivos, cuja capacidade e autonomia são “compradas”, ao invés de se propiciar sua inserção no mercado de trabalho. E nem estamos falando da origem dos recursos que os mantém, o que certamente nos levaria a outros inúmeros debates.
A gravidade do fenômeno não se encontra tanto em seu caráter iminente, mas no exacerbamento do corporativismo do partido oficial, o qual tem-se assistido ultimamente concedendo o “perdão oficial” do governo aos infratores, desde que estes sejam “do PT”, ou através da utilização particularizada das instituições e bens públicos.

O conceito de “PÚBLICO”, aliás, é tratado de forma muito peculiar por este governo – para eles “público” é algo “do governo”, ou seja, deles que ora ocupam o governo – diferente portanto do real significado do termo – aquilo que é, ou pelo menos deveria ser, de TODOS.
Esse exacerbamento se constitui um verdadeiro “fechamento social” – um movimento para “cerrar as portas do baile aos que nele ainda não ingressaram” e, caso consumado, a sociedade brasileira poderá atravessar o século XXI inteiro tentando chegar ao patamar atingido na Revolução de 64, quando igualmente na História recente se viu a desconstrução dos pilares da democracia pela esquerda, abrindo campo para o golpe militar.



Chegaremos então a triste conclusão, ao final do século XXI e no limiar do século XXII, que somos o “Coelho de Alice” – corremos desesperadamente para chegar ao mesmo lugar.




(Final)

13 dezembro 2007

SOBRE OPINIÕES E PESQUISAS, VERDADES E MENTIRAS ...




13/12/2007

15:07:00


Leitores não concordam com pesquisa que aprova governo Lula

Rio - A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é avaliado como ótimo e bom por 51% dos entrevistados. O índice representa um aumento de 3 pontos percentuais em relação ao último levantamento feito em setembro. Foram ouvidas 2002 pessoas em 141 municípios.
Mas na enquete de O Dia Online, da qual participaram 2615 internautas, o resultado foi diferente. 60,4% (1579 votos) afirmam que não concordam com o resultado da pesquisa CNI/Ibope. Apenas 39,6% (1036 votos) concordaram com a aprovação.
Aqueles que avaliam o governo como regular passaram de 32% para 31%. Os que consideram ruim ou péssimo eram 18% em setembro e caíram para 17% na nova pesquisa. A aprovação pessoal do presidente também subiu, de 63% para 65%. Os que desaprovam o presidente caíram de 33% para 30%. A pesquisa foi realizada entre 30 de novembro e 5 de dezembro.

(fonte: O Dia Online)


Quem tem algum esclarecimento, acesso a informação e sabe "ler" (interpretar um texto) como é o caso dos internautas, há muito tempo sabe que os ditos "institutos de pesquisa" não reproduzem a verdade, mas aquilo que o cliente quer saber, ou melhor, PAGA para que seja divulgado.

Esta é uma "notícia de rodapé" de um grande jornal carioca, mas deveria ser matéria de 1ª página, caso não vivêssemos sob uma real ditadura de esquerda.

11 dezembro 2007

2ª PARTE – DESIGUALDADE, POBREZA OU EXCLUSÃO?





No Brasil é comum se confundir termos estruturantes do tema das iniqüidades sociais – desigualdade, pobreza e exclusão.

O conceito de desigualdade social refere-se a distribuição diferenciada, numa escala de mais para menos, das riquezas materiais e simbólicas produzidas por determinada sociedade entre seus integrantes.

Pobreza, por sua vez, significa a situação vivida pelos membros despossuídos de determinada sociedade, os quais não possuem recursos suficientes para viver dignamente, ou que não tem condições mínimas de suprir suas necessidades básicas. A pobreza é a qualidade daquele que, num quadro de desigualdade social, encontra-se na base, ou seja, destituído materialmente dos bens simbólicos de riqueza naquela sociedade.

Sendo assim, conceitos próximos mas distintos, é que podemos ter sociedades onde se verifique uma desigualdade social mas seus integrantes não são pobres, o que é pouco comum. Por outro lado podemos encontrar sociedades igualitárias onde a maioria dos cidadãos viva num estado de pobreza, a exemplo de alguns países africanos.
Desigualdade e pobreza são conceitos diferentes entre si, como já vimos, mas igualmente distintos do de exclusão social. O conceito de exclusão social está mais próximo, como oposição, do de coesão social ou, como sinal de ruptura, do de vínculo social.

A condição de excluído lhe é imputada do exterior, pura e simplesmente, sem que para isso ele tenha praticado qualquer ação ou mesmo tenha contribuído direta ou indiretamente para o processo.

A exclusão social pode ocorrer como resultado de uma rede de rupturas dos vínculos sociais, sejam eles econômicos, familiares, afetivos, religiosos ou trabalhistas. O termo exclusão pressupõe um não-reconhecimento como igual, seja de um indivíduo, seja de um grupo.

Na Europa, por exemplo, uma de suas manifestações pode ser representada pela forte xenofobia que se abate sobretudo sobre os imigrantes africanos e árabes; já no mundo árabe são bastante difundidas as exclusões de grupos étnicos ou religiosos, às vezes dentro do mesmo país. Ainda hoje temos viva a lembrança dos ataques violentos ocorridos na Grã Bretanha entre irlandeses e ingleses, por conta de uma fortíssima exclusão religiosa.

Existem três acepções características do termo exclusão social, mas o Brasil está querendo inserir mais uma nesse contexto.

A primeira é decorrente do conceito de anomia, ela se aproxima do de discriminação racial – contra negros ou nordestinos; ou discriminação sexual – contra homossexuais; ou ainda religiosa – contra umbandistas ou evangélicos. Ela é uma forma genérica de exclusão, pois seus indivíduos, embora não excluídos formalmente de direitos, suas diferenças não são toleradas pela maioria, confundindo seu conceito com o de estigma e/ou desvio.

Na segunda o não-reconhecimento se traduz numa clara exclusão de direitos. São grupos sociais à margem da sociedade – trabalhadores pobres e subempregados, biscateiros, mendigos – que não têm uma clara integração no mundo do trabalho, não estando portanto amparados pela rede de proteção social do Estado – educação, saúde, previdência – e assim vivem sem conseguir a sua inserção social.
Estigmatizados como os anteriores, embora por diferentes razões, sofrem o processo específico de não ingressarem no “mundo dos direitos” ou simplesmente dele serem expulsos, parcial ou totalmente, como no caso dos “desempregados crônicos”.

Uma terceira acepção sublima o não-reconhecimento formal de determinado indivíduo ou grupo social para simplesmente vedar-lhes o “direito a ter direitos”. A negação neste caso é o reconhecimento como semelhante e a tendência é expulsá-los da órbita da humanidade, pois passam a se constituir um “estorvo social” e, portanto, passíveis de eliminação física – como os índios em Brasília, os meninos de rua na Guatemala e no Rio de Janeiro, os homossexuais em algumas cidades do país, ou os mendigos e moradores de rua de São Paulo.

Dessa forma, posto o problema, passamos a entender que pode ocorrer exclusão social sem que haja desigualdade social (entendida como a distribuição diferenciada de riquezas); assim como não é necessário haver pobreza – incapacidade de suprir as próprias necessidades básicas – para que ocorra aquele fenômeno. Embora possam existir de forma íntima numa mesma sociedade, também se aplicam isoladamente conforme pudemos verificar.

Propositalmente deixei de citar uma quarta acepção da expressão exclusão social – o “nosso modelo” – mas isto, me permitam, deixarei para a próxima palestra.




(a seguir: Os neo-excluídos)

07 dezembro 2007

1ª PARTE - A EVOLUÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS



As lutas sociais pela inclusão características das décadas de 20 e 30, assim como o processo de sindicalização dos anos 50 e 60, há muito deixaram de representar o lócus mais visível do processo de exclusão social no Brasil.

Até então os movimentos sociais eram oriundos de uma agregação de indivíduos que buscavam sua inclusão, seja política, seja econômica, utilizando-se coletivamente do “poder das massas” para reivindicar. Eram movimentos “quantitativos” onde o poder de barganha era tanto maior quanto o número absoluto de participantes. Evoluem também, de forma pontual, para movimentos “qualitativos”, onde o foco passa a ser o setor produtivo e não o número de participantes; nesse mister o setor energético sempre foi de vital importância para a economia e a sociedade, sofrendo fortes influências dos “ativistas profissionais”, aqueles cuja função, alheia à causa, é a de influenciar e controlar determinado grupo social.


A partir da década de 80 ingressamos na era da “fossilização da estrutura social”, com a perda crescente do movimento ascensional da mobilidade social. Entramos no modelo econômico de aguda dependência global, com pagamento de altos juros pela dívida externa, internacionalização de nossas empresas e uma busca sôfrega por investimentos externos, pois deixou de existir a poupança interna e a capacidade de investimento por parte do setor público.

A fossilização da estrutura social é evidente quando se verifica, após algumas décadas, que “o rico fica sempre mais rico, e o pobre cada vez mais pobre”, independentemente do que se faça, ou que se poupe, jamais se modificam as posições na pirâmide.

Este processo avançou muito na chamada “Nova República” , embora com viés esquerdista e, portanto, supostamente "igualitária", adentramos na esteira acelerada da inovação tecnológica e da competitividade empresarial, gerando o desemprego estrutural e tecnológico.

Aderimos à hegemonia neoliberal – sem jamais termos sido sequer liberais – encolhendo o Estado através das privatizações de empresas públicas, reduzindo os investimentos nas políticas sociais e incentivando a cultura da concorrência e da competição.

Paradoxalmente foi inaugurada a “era da estagnação econômica”, abandonando as históricas taxas de crescimento de 7,5%, e até 10% ao ano, para habitarmos os medíocres 2%.

Tal como o Coelho de Alice, o país corre apressadamente para não sair do lugar; ou ainda, moderniza-se para se tornar mais injusto.

( a seguir: Desigualdade, Pobreza ou Exclusão? )

03 dezembro 2007

POR QUE NO TE CALLAS ?


O "recado" foi dado pelo povo venezuelano ao bufão bolivariano!

Com surpreendentes 50,7% dos votos (descartados 44% de eleitores que não compareceram as urnas), o povo da Venezuela disse NÃO ao projeto de reforma constitucional (golpe) do Coronel Hugo Chavez Frias que permitiria, dentre outras medidas autoritárias, sua reeleição indefinida.
Por aqui o povo já deu uma amostra, segundo recente pesquisa DataFolha, ser contrário a uma hipótese de 3º mandato para o "Noçu Meçias".
Para bom entendedor, isso quer dizer:

"Cala a boca, sapo barbudo!"